Gabriel Luis Silva, da RastroLab: “Estávamos dando os primeiros passos. Agora nos preparamos para correr” (RastroLab/Divulgação)
Repórter de Negócios
Publicado em 28 de agosto de 2025 às 06h00.
No final deste ano, quando a japonesa Dangen lançar o jogo RoadOut na Steam — a principal plataforma de games para PC no mundo —, estará colocando no mercado um produto criado no Ceará. O jogo é o primeiro do estado a receber investimento de uma publicadora internacional.
O estúdio por trás do projeto é a RastroLab, fundada em Fortaleza por Gabriel Luis Silva, o Gabas, e um amigo programador. Com o aporte da publisher japonesa, a empresa foi formalizada, contratou mais quatro pessoas e transformou o protótipo em jogo completo.
Para quem acompanha o setor de perto, não é coincidência. Desde 2019, um plano setorial organizado por empreendedores e pelo Sebrae tem estruturado o setor de games no Ceará. As metas incluem atrair investimento estrangeiro, profissionalizar os estúdios e criar uma cena de inovação fora do eixo Rio-São Paulo.
O trabalho já mostra resultados: nos últimos anos, o número de empresas saltou de 19 para 49. Gabas, também presidente da associação de games do estado, acredita que a receita média dessas empresas esteja na casa dos 20 milhões de reais.
Mesmo com o crescimento, a cena local ainda enfrenta desafios. O principal: falta de fôlego financeiro entre um projeto e outro, já que, às vezes, eles demoram anos para ficar prontos e chegar ao mercado.
Para sobreviver, a RastroLab diversifica: participa de editais, presta serviços e trabalha em jogos educativos enquanto mantém o foco em projetos autorais. Uma fase de cada vez.