Oficinas do Sertão entram em jogo: Sérgio de Azevedo, dono de oficina de costura na região do Seridó, e Marionete Câmara, presidente da Asconf (Leandro Fonseca/Exame)
Repórter Exame IN
Publicado em 24 de abril de 2025 às 06h10.
Além de ter a maior fábrica de roupas da América Latina, a Guararapes mantém há 12 anos um projeto para apoiar costureiras em cidades do semiárido potiguar. O Pró-Sertão abrange 104 oficinas de costura, responsáveis por mais de 10 milhões de peças por ano. Foram as artesãs da região do Seridó que bordaram as jaquetas jeans do Time Brasil na cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos de Paris, em 2024.
“A produção têxtil mudou o perfil social da região, especialmente para as mulheres, que são as provedoras de renda das famílias. Temos visto um crescimento de produção relevante, o que tem nos desafiado a formar e profissionalizar a mão de obra”, diz Marionete Medeiros de Araújo Câmara, presidente da Associação Norte Rio-Grandense das Confecções (Asconf).
O ano de 2024 foi o melhor em abastecimento das oficinas. A região há anos lida com o êxodo populacional. Pedaço da Caatinga brasileira, o Seridó é constantemente afetado pela estiagem. “O Pró-Sertão é nosso oásis perene. O programa empoderou muito a cidade. Na pandemia, quando havia poucas oportunidades, ele mostrou seu valor”, conta Sérgio Paulo Madeiros de Azevedo, dono de uma oficina no povoado de Currais Novos, no município Jardim do Seridó.
O Instituto Riachuelo também mantém o AgroSertão, que incentiva a reintrodução do cultivo agroecológico do algodão no estado. Atualmente, o trabalho do Instituto impacta mais de 4.000 pessoas em mais de 30 municípios do semiárido nordestino.