Carô Ribeiro, do Vila Flores: “A tristeza apontou para a beleza. Saímos disso em coletivo” (Leandro Fonseca/Exame)
Repórter de Negócios
Publicado em 24 de abril de 2025 às 06h00.
Colorido, vibrante e com um pátio que respira arte, o Vila Flores é um centro cultural instalado em uma antiga vila de operários das fábricas no 4o Distrito de Porto Alegre. Hoje abriga ateliês, oficinas, eventos e mais de 100 empreendedores criativos. Em maio de 2024, o espaço ficou 22 dias submerso pelas enchentes. Dez iniciativas foram diretamente atingidas.
A retomada foi lenta, em mutirões. Mais de 500 pessoas ajudaram na limpeza, na arrecadação e na distribuição de recursos. Hoje, o Vila já voltou a realizar eventos semanais e tem 75% de ocupação nos ateliês e salas, conta a gestora do lugar, Carô Ribeiro. Está prestes a ganhar mais de 20 novos espaços com uma obra que viabilizará plenamente o uso de um dos prédios do complexo. O próximo passo é tornar o térreo mais resiliente, com um projeto que transformará o espaço num laboratório para testar soluções urbanas diante das mudanças climáticas, como escolha adequada dos móveis e dos materiais. O Vila continua de pé e olhando para o futuro.
A série de reportagens Negócios em Luta é uma iniciativa da EXAME para dar visibilidade ao empreendedorismo do Rio Grande do Sul num dos momentos mais desafiadores na história do estado. Cerca de 700 mil micro e pequenas empresas gaúchas foram impactadas pelas enchentes que assolam o estado desde o fim de abril do ano passado.
São negócios de todos os setores que, de um dia para o outro, viram a água das chuvas inundar projetos de uma vida inteira. As cheias atingiram 80% da atividade econômica do estado, de acordo com estimativa da Fiergs, a Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul.
Neste especial, veja histórias de empresas que foram impactadas pela enchente histórica e, mais do que isso, de que forma eles são uma força vital na reconstrução do Rio Grande do Sul daqui para frente.