Visitante usa máscara de urso e óculos de realidade aumentada no Rec’n’Play: festival organizado por universidades, empresas e governos (Rec’n’Play/Divulgação)
Repórter
Publicado em 27 de novembro de 2025 às 06h00.
Há quase 500 anos, o pau-brasil e a cana-de-açúcar eram as commodities que faziam a economia pernambucana girar.
Uma ilha banhada pelo Oceano Atlântico servia como um pequeno porto para Olinda, capital que crescia de forma desordenada.
Essa vocação comercial, que impulsionou o crescimento da vila desde 1537, é a mesma que hoje se traduz em tecnologia e inovação.
Hoje ela é conhecida como Recife Antigo, bairro casa para aproximadamente 475 empresas e um dos maiores polos de inovação do Brasil pelo Porto Digital.
Para que essa revolução se sustentasse, foram necessários milhões de reais, parcerias com o governo e, acima de tudo, a construção de uma nova mentalidade.
Para Pierre Lucena, CEO do hub, fomentar um ecossistema exige mais do que infraestrutura: “É preciso que todos se movam em direção a uma cultura empreendedora”.
Rec‘n‘Play 2025: o potencial brasileiro é ampliado quando investimento e comunidade caminham juntos (PC Pereira/Porto Digital/Divulgação)
Um dos pilares para continuar o ciclo de inovação é o Rec’n’Play.
Criado em parceria com o governo do estado, o evento convida a próxima geração a visitar as ruas do Recife Antigo. Por lá, música, futebol e dança tomam conta da praça principal, enquanto as ruas paralelas recebem rodas de conversa, hackathons e estandes de empresas parceiras. É um grande motor de formação de jovens disfarçado de festa.
Essa guinada cultural é parte de um movimento mais amplo: o fortalecimento do Recife como centro de geração de conhecimento e de oportunidades profissionais.
Hoje, a cidade lidera indicadores de crescimento na região. É um reflexo direto de um ecossistema que não depende apenas de startups: ele é movido por universidades, consultorias, construtoras, iniciativas públicas e espaços colaborativos.
Nos próximos perfis, conheça quem está por trás dessa engrenagem: os líderes que atraíram investimentos ao interior, as redes que aproximam empreendedores e os projetos que transformaram obras em salas de aula.
No Recife, o futuro é coletivo, e a inovação tem sotaque.