Revista Exame

Bebês trocam muito de roupa. A solução delas gerou um negócio milionário

A Re Petit, brechó online, tem 15.000 peças no estoque e ticket médio de 360 reais; o diferencial é que a mãe não precisa sair de casa para doar ou comprar

Daniela Bussab e Marcela Coelho, cofundadoras da Re Petit: time quase todo formado por mulheres (Re Petit/Divulgação)

Daniela Bussab e Marcela Coelho, cofundadoras da Re Petit: time quase todo formado por mulheres (Re Petit/Divulgação)

Laura Pancini
Laura Pancini

Repórter

Publicado em 24 de outubro de 2025 às 06h00.

Última atualização em 24 de outubro de 2025 às 09h38.

Nos primeiros dois anos de vida, um bebê troca de tamanho de roupa a cada três meses e meio.

São cerca de sete vezes procurando algum repasse, visitando lojas ou caçando opções online, tudo num período que já é turbulento para pais e mães — e fraldas ou brinquedos nem estão inclusos nessa conta.

Foi dessa complexidade que, em 2019, duas amigas publicitárias montaram a Re Petit, hoje um e-commerce.

O brechó infantil começou com “malinhas” personalizadas, montadas no quarto da filha da fundadora, Daniela Bussab. “A mãe nos falava do que o filho gostava, e selecionávamos as peças”, diz a paulista.

O boca a boca fez com que o apartamento eventualmente ficasse pequeno demais para o negócio.

Anos depois, as malas viraram prateleiras num galpão do Brooklin, em São Paulo; e a Re Petit, um site. Hoje, o estoque é de cerca de 15.000 peças, e o ticket médio é de 360 reais por pedido.

A Re Petit registra, fotografa e precifica os itens recebidos (o valor por peça é de 70 reais).

“É muito cansativa essa troca [de roupas] para a mãe. Nossa ambição é resolver isso para ela de uma forma muito fácil”, diz a cofundadora Marcela Coelho.

As mães podem solicitar a retirada das peças em domicílio, enviá-las pelo correio ou ir a um dos pontos de coleta espalhados pela capital.

Depois, acompanham o status das peças pelo site.

Se alguém comprar, o valor pode ser sacado ou vira crédito no site da Re Petit, que também faz o envio das peças. “Queremos ensinar que não precisa escolher um ou outro: você pode vender e doar”, diz Svirsky.

Em 2024, a receita bruta somou 1,2 milhão de reais. Em 2025, esse valor já foi batido em agosto. Agora, a Re Petit projeta entre 1,8 milhão e 2 milhões de reais. O foco é ampliar parcerias com marcas e ativações pontuais de pop-ups.

Se desapegar ficar simples, a economia circular deixa de ser discurso e vira hábito — é nesse gesto cotidiano que a Re Petit quer vencer.


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