Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) abriu inquérito para investigar o caso como envenenamento acidental (Getty Images). (Getty Images)
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Publicado em 11 de outubro de 2025 às 13h36.
Quatro pessoas estão internadas em estado grave após ingerirem uma planta tóxica conhecida como “falsa couve” durante um almoço em família na zona rural de Patrocínio, no Alto Paranaíba (MG).
O caso ocorreu na quarta-feira (8) e envolve três homens, de 60 e 67 anos, e uma mulher de 37 anos, que chegou a sofrer uma parada cardiorrespiratória, revertida por equipes de resgate. Uma criança de dois anos também foi levada ao hospital para observação, mas não chegou a consumir o alimento.
De acordo com o Corpo de Bombeiros, a família havia se mudado recentemente para a chácara e acreditava que a planta era couve, por conta da semelhança visual. O vegetal foi refogado e servido durante a refeição. Pouco depois, todos começaram a apresentar mal-estar, dormência nas pernas, fraqueza muscular, dificuldade respiratória e visão turva.
A planta foi identificada como Nicotiana glauca, popularmente chamada de “fumo bravo”, “charuteira” ou “tabaco-arbóreo”, espécie altamente tóxica que contém o alcaloide anabazina, substância capaz de provocar paralisia muscular e respiratória, podendo levar à morte.
Segundo a professora Amanda Danuello, especialista em química de produtos naturais da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), a planta “não deve ser consumida em hipótese alguma”, por se tratar de uma substância de ação rápida e letal mesmo em pequenas quantidades.
O Samu e o Corpo de Bombeiros prestaram atendimento de emergência no local. Três das vítimas — a mulher e dois homens — sofreram paradas cardiorrespiratórias sucessivas, revertidas pelas equipes médicas.
Todos foram encaminhados ao Pronto-Socorro Municipal e à Santa Casa de Misericórdia de Patrocínio, onde permanecem internados em Unidade de Terapia Intensiva (UTI).
A Secretaria Municipal de Saúde confirmou que o quadro dos pacientes segue estável, porém grave.
“Ainda não foi possível reduzir a sedação. Os três continuam em observação intensiva”, informou a secretária de Saúde, Luciana Rocha.
A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) abriu inquérito para investigar o caso como envenenamento acidental. A planta foi recolhida e será analisada pela perícia técnica para confirmar a espécie e identificar as substâncias tóxicas envolvidas.
O incidente chama atenção para o risco de confusão entre espécies vegetais de aparência semelhante, especialmente em áreas rurais. Especialistas alertam que plantas desconhecidas nunca devem ser consumidas sem identificação correta.