Tecnologia

80% do tráfego da deep web é gerado por sites de pedofilia

O pesquisador Gareth Owen analisou durante seis meses o tráfego de sites que utilizavam a tecnologia da rede Tor para esconderem seus endereços de IP


	Computador: estudo se restringiu aos sites que usavam a tecnologia da Tor para se esconder
 (racheocity / Flickr)

Computador: estudo se restringiu aos sites que usavam a tecnologia da Tor para se esconder (racheocity / Flickr)

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Da Redação

Publicado em 2 de janeiro de 2015 às 12h28.

São Paulo - Mais de 80% do tráfego da deep web é gerado por visitas em sites de pedofilia, de acordo com um estudo sobre a rede Tor feito pela Universidade de Portsmouth, na Inglaterra.

O pesquisador Gareth Owen analisou durante seis meses o tráfego de sites que utilizavam a tecnologia da rede Tor para esconderem seus endereços de IP.

O objetivo era descobrir quais eram as páginas que geravam mais tráfego na deep web.

De acordo com os resultados apresentados durante o Chaos Computer Congress, na Alemanha, Owen concluiu que apesar dos sites com material de pedofilia representarem apenas 2% das quase 45 mil páginas que usam a tecnologia da rede para se esconder, elas respondem por 83% do tráfego da rede Tor.

Owen deixa claro que os usuários da rede Tor não passam 84% do tempo vistando sites de pedofilia.

O estudo se restringiu aos sites que usavam a tecnologia da Tor para se esconder e não diz respeito aos habitos dos usuários que buscam o anonimato garantido pela rede.

A pesquisa também descobriu que menos de um sexto dos sites que estavam online em março, quando a pesquisa começou, ainda estavam no ar em setembro, quando ela terminou, o que sugere que esses sites tem curto período de vida.

Owen também afirmou que sites relacionados a venda de drogas, como a Silk Road e o Agora, respondem por 24% dos sites da Tor, mas geram apenas 5% do tráfego.

Sites de vazamento de arquivos, como o SecureDrop e o Globaleaks, são 5% das páginas, mas geram menos de 0,1% das visitas.

Em comunicado, a rede Tor questionou a validade da pesquisa, afirmando que os números podem incluir visitas feitas por polícias e grupos anti-abuso, além ataques de hackers que tentam derrubar essas páginas, por meio de ataques de negação de serviço.

Roger Dingledine, diretor-executivo da Tor, ressaltou que sites que se escondem nos servidores da rede respondem apenas por 2% do tráfego total da tecnologia de anonimato disponibilizada.

O próprio pesquisador chefe do estudo também afirmou que os resultados de sua pesquisa devem ser abordados com cautela.

"Não sabemos as causas da contagem alta no tráfego e não podemos dizer com certeza que ele é gerado por humanos", afirmou Gareth Owen.

Mesmo assim, o estudo levanta novas questões para a rede Tor sobre como ela poderia tirar do ar sites com conteúdo pedofilico e identificar seus proprietários.

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