Tecnologia

Abandonado por Mark Zuckerberg, metaverso ganha força em fábricas da BMW e na Amazon

O movimento, também conhecido como "computação espacial", tem sido aplicado em setores varejistas, automotivos e de construção civil

Simulação em ambiente virtual da BMW permite testar linhas de montagem sem interferir na produção real (Charlie Perez/Getty Images)

Simulação em ambiente virtual da BMW permite testar linhas de montagem sem interferir na produção real (Charlie Perez/Getty Images)

Janaina Camargo
Janaina Camargo

Redatora na Exame

Publicado em 12 de maio de 2025 às 11h28.

Última atualização em 12 de maio de 2025 às 11h55.

O metaverso, antes promovido como um ambiente virtual de avatares por empresas como a Meta, está sendo redirecionado para um uso mais pragmático: o setor industrial. Chamado de “metaverso industrial” ou computação espacial, o conceito conecta o mundo físico ao digital com o uso de modelos 3D, simulações em tempo real e realidade aumentada.

A reportagem é do site norte-americano Wired, que aponta que o projeto idealizado por Mark Zuckerberg de reunir 1 bilhão de pessoas em um metaverso social perdeu espaço para aplicações técnicas em empresas do varejo, automobilismo e construção civil.

Um dos principais exemplos vem da BMW, que agora utiliza gêmeos digitais — réplicas virtuais de suas fábricas — para planejar mudanças nas linhas de montagem. Antes, engenheiros precisavam visitar fisicamente os espaços para simular o processo de montagem de novos modelos. Agora, essas tarefas ocorrem em ambientes simulados com carros, equipamentos e operários modelados em 3D.

A infraestrutura dessas simulações é baseada na plataforma Omniverse, da Nvidia, criada inicialmente para o setor de jogos. A BMW desenvolve sobre ela seu próprio software industrial. O formato usado para criar os modelos é o Universal Scene Description, criado pela Pixar e hoje um padrão aberto para arquivos tridimensionais.

A tecnologia também foi adotada por empresas como a Amazon, que utiliza simulações de armazéns para treinar robôs antes de operarem no mundo real. Já a rede de lojas Lowe’s aplica a computação espacial para testar diferentes layouts de loja e entender melhor o comportamento de clientes. No setor de arquitetura, o estúdio Zaha Hadid projeta edifícios em ambientes colaborativos virtuais.

Segundo especialistas ouvidos pelo Wired, o futuro do metaverso está menos na realidade virtual para o consumidor e mais em sua capacidade de transformar processos industriais com automação e inteligência artificial. Plataformas como a Omniverse permitem que robôs aprendam a interagir com o mundo físico simulando ações e rotinas antes de executá-las de fato.

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