Apple: empresa deve ter crescimento na área de serviços (NurPhoto / Colaborador/Getty Images)
Redação Exame
Publicado em 28 de outubro de 2025 às 06h36.
Última atualização em 28 de outubro de 2025 às 06h37.
A Apple (AAPL) deve ultrapassar pela primeira vez neste ano a marca de US$ 100 bilhões em receita anual de serviços, segundo o Financial Times. Estão inclusos no setor de serviços ferramentas como iCloud, Apple Pay e AppleCare.
A área deve ter gerado US$ 108,6 bilhões em receitas no ano passado, um aumento de 13% em relação ao ano anterior — o que tornaria a divisão de serviços da Apple maior que as vendas anuais de Walt Disney, Tesla ou Tencent.
A unidade de alta margem dobrou de tamanho nos últimos cinco anos e se tornou uma fonte fundamental de crescimento, enquanto as vendas do iPhone se tornaram menos previsíveis. A previsão é que os serviços representem 25% da receita da Apple e até 50% de seu lucro.
O aumento nas receitas de serviços da Apple pode ser atribuído, em grande parte, à lealdade contínua dos consumidores aos seus produtos. Analistas apontam que o crescimento não é apenas resultado do aumento da base de usuários do iPhone, mas também de um maior aproveitamento financeiro de cada dispositivo.
Outro fator importante para o crescimento da divisão de serviços é o acordo financeiro bilionário entre a Apple e o Google (GOOGL). O Google foi estabelecido como o motor de busca padrão nos dispositivos Apple, incluindo o iPhone.
Esse acordo se mostrou um alívio para os investidores da empresa após o Departamento de Justiça dos Estados Unidos (DoJ, na sigla em inglês) vencer um processo antitruste contra o Google, mas não conseguir barrar o contrato. A decisão judicial, que evitou grandes restrições financeiras para o Google, foi vista como positiva para a Apple.
Apesar do crescimento robusto da unidade de serviços, a Apple enfrenta desafios regulatórios crescentes, especialmente no que diz respeito à sua App Store. As autoridades de concorrência, tanto nos EUA quanto na Europa, investigam as práticas da Apple, questionando o seu domínio sobre as regras de sua loja de aplicativos, que exige comissões de até 30% sobre as vendas de aplicativos e compras dentro deles.
No Reino Unido, a Apple foi acusada de abusar de seu “poder quase absoluto” na distribuição de aplicativos e pagamentos na plataforma iOS. Um tribunal britânico decidiu que a empresa poderia ser obrigada a pagar até 1,5 bilhões de libras em danos aos consumidores britânicos. A Apple, no entanto, afirmou que a decisão estava "errada" e planeja recorrer, com o objetivo de preservar o controle sobre sua plataforma.
Além disso, a Apple ainda enfrenta um processo antitruste movido pela Epic Games, que busca abrir a App Store para permitir métodos de pagamento alternativos. A luta judicial também envolve o potencial de mudanças substanciais nas práticas de mercado da Apple, o que poderia afetar suas margens de lucro nos serviços.