Decisão é resposta às tarifas de até 54% impostas pelo governo Trump sobre produtos chineses (Leandro Fonseca/Exame)
Publicado em 7 de abril de 2025 às 16h25.
Última atualização em 7 de abril de 2025 às 16h40.
A Apple planeja expandir o envio de iPhones montados na Índia para os Estados Unidos como estratégia emergencial diante do aumento de tarifas aplicadas a produtos chineses. A medida, segundo fontes ligadas à companhia, visa reduzir o impacto financeiro das taxas que ultrapassam 50% para itens importados da China.
A decisão ocorre em meio a um novo pacote tarifário anunciado pelo presidente Donald Trump, que inclui uma alíquota de 26% também sobre produtos provenientes da Índia. Mesmo assim, o movimento é visto internamente como um alívio de curto prazo, sem alterar significativamente a estrutura da cadeia global de suprimentos da Apple.
O CEO Tim Cook já tentou, no passado, obter isenções junto ao governo dos Estados Unidos, e conseguiu durante o primeiro mandato de Trump. Agora, a avaliação dentro da empresa é de que há um grau elevado de incerteza no ambiente político e comercial para justificar uma mudança definitiva nos investimentos de longo prazo.
Atualmente, cerca de 7% dos iPhones fabricados no mundo já são produzidos na Índia, onde a Apple tem expandido operações com fornecedores como Foxconn e Pegatron. A ampliação desses envios, portanto, também reforça o papel crescente do país como alternativa parcial à China na montagem de dispositivos.
Desde 2023, a Apple acelerou a fabricação na Índia como parte de uma estratégia de diversificação geográfica de suas operações industriais. A ampliação para o mercado americano, no entanto, continua limitada pelas capacidades de escala, logística e qualidade das fábricas locais.
A Foxconn, principal parceira da Apple, é uma das responsáveis pela montagem dos modelos enviados aos Estados Unidos. A medida também permite à empresa testar o potencial da Índia como uma plataforma de exportação em meio às tensões geopolíticas entre Washington e Pequim.
Trump voltou a ameaçar a China nesta segunda-feira, 7, sinalizando que poderá ampliar as tarifas caso o país asiático mantenha as medidas retaliatórias que anunciou após o pacote tarifário dos EUA, divulgado no início de abril.