Tecnologia

Apple adia recursos de IA da Siri, mas aposta em controle total por voz no iPhone

Embora o adiamento de novos recursos da Siri tenha gerado polêmica, a verdadeira inovação pode estar na atualização do App Intents, prometendo transformar a assistente da Apple em um controle por voz mais poderoso e preciso

Se a Apple conseguir implementar esse controle por voz com sucesso, ela cumprirá a promessa de uma assistente de voz útil e inteligente, algo prometido para a Siri há quase 15 anos (Apple/Reprodução)

Se a Apple conseguir implementar esse controle por voz com sucesso, ela cumprirá a promessa de uma assistente de voz útil e inteligente, algo prometido para a Siri há quase 15 anos (Apple/Reprodução)

Publicado em 11 de agosto de 2025 às 10h52.

Última atualização em 11 de agosto de 2025 às 11h13.

A decisão da Apple de adiar o lançamento dos novos recursos baseados em inteligência artificial generativa da Siri gerou grande agitação interna e externa, resultando em mudanças executivas e destacando o quanto a empresa está atrás de seus concorrentes no campo da IA.

No entanto, de acordo com a Bloomberg, o foco nas falhas e nos atrasos pode ter desviado a atenção do verdadeiro avanço que a Apple está tentando alcançar com a assistente: tornar a Siri capaz de controlar seu iPhone e vários apps inteiramente via comandos de voz.

Em vez de lamentar a falta de recursos como o acesso a informações pessoais para gerenciar solicitações, o maior avanço para a Siri está em uma atualização do App Intents, a estrutura da Apple para integrar aplicativos de terceiros aos seus recursos próprios, como a assistente de voz da empresa. Essa tecnologia, ainda pouco mencionada, permitirá que a assistente execute ações em apps sem a necessidade de interações manuais.

Com a atualização, será possível, por exemplo, que o usuário busque, edite e envie fotos ou interaja com posts no Instagram, tudo apenas com a voz. O objetivo é transformar a Siri em uma ferramenta verdadeiramente inteligente e multifuncional, capaz de operar dentro de diversos aplicativos com a mesma precisão com que o usuário faria manualmente.

Se a Apple conseguir implementar esse controle por voz com sucesso, ela não só cumprirá a promessa de um assistente de voz útil e inteligente, algo prometido para a Siri há quase 15 anos, como também poderá definir um novo padrão para interações no iPhone.

Além disso, essa tecnologia será fundamental para os novos dispositivos domésticos da Apple, como o display inteligente e o robô de mesa, que dependem dessa funcionalidade para operar de forma fluida. A verdadeira inovação vai além das simples melhorias na Siri, mas visa oferecer uma interface centrada na voz, transformando a maneira como os usuários interagem com o ecossistema da Apple.

Entretanto, a Apple enfrenta desafios. A precisão do sistema precisa ser garantida, especialmente para aplicativos críticos, como os bancários e de saúde. Por isso, a empresa está realizando uma série de testes com apps de terceiros, como Uber, YouTube, WhatsApp, Amazon, entre outros, mas está considerando limitar a funcionalidade da Siri para áreas sensíveis.

Caso o sistema não funcione de maneira confiável nesses casos, a Apple pode optar por excluir certas funções da assistente nesses aplicativos.

Relação com Trump

Na semana passada, Tim Cook, CEO da Apple, encontrou-se com o presidente Donald Trump em uma reunião que envolveu uma simbólica entrega de uma escultura de vidro com base de ouro de 24 quilates.

Durante o encontro, a Apple anunciou que começará a fabricar todo o vidro de iPhones e Apple Watches nos Estados Unidos, como parte de um novo acordo com o presidente. A empresa revelou que a Corning, sua parceira de longa data, passará a produzir o vidro de maneira totalmente doméstica, atendendo à agenda política de Trump, que sempre pressionou por mais produção local.

A mudança envolve um investimento de US$ 2,5 bilhões e faz parte da estratégia da Apple para fortalecer sua imagem de empresa comprometida com a produção "Made in USA" e evitar novas tarifas. No mesmo dia, a empresa também anunciou que começará a fabricar os sensores de imagem para câmeras dos iPhones nos Estados Unidos, em parceria com a Samsung, que passará a produzir os componentes na sua unidade no Texas.

Embora essa mudança represente um avanço em direção à produção doméstica, ainda não há sinal de que a Apple planeje fabricar o iPhone nos Estados Unidos, como Trump havia sugerido. O encontro com o presidente provocou uma forte reação positiva no mercado, com as ações da empresa alcançando sua maior valorização em cinco anos, atingindo uma avaliação de US$ 3,4 trilhões.

Com o anúncio de mais US$ 100 bilhões em investimentos no país, a Apple chegou ao total de US$ 600 bilhões que serão investidos nos EUA ao longo dos próximos quatro anos.
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