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O fim do CAPTCHA? Como fica a verificação de humanidade na era da IA

Com golpes digitais cada vez mais sofisticados, World ID propõe uma nova forma de verificação de humanidade para combater fraudes online

Prova de humanidade: desafios de segurança exigem tecnologias avançadas para garantir a privacidade online (World/Divulgação)

Prova de humanidade: desafios de segurança exigem tecnologias avançadas para garantir a privacidade online (World/Divulgação)

EXAME Solutions
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Publicado em 10 de março de 2025 às 09h30.

Com a popularização de tecnologias avançadas e ferramentas inovadoras, cresce também a preocupação com o ambiente digital, especialmente em relação à cibersegurança. O aumento no número de golpes e tentativas de burlar a segurança online tem chamado a atenção das autoridades. Segundo a mais recente pesquisa sobre o tema, divulgada pelo DataSenado, instituto do Senado Federal, um em cada quatro brasileiros perdeu dinheiro em algum golpe digital entre 2023 e 2024.

A evolução das estratégias dos criminosos virtuais acompanha o desenvolvimento de tecnologias robustas, como a inteligência artificial. Em 2024, um caso viralizou na mídia ao exemplificar como os golpes digitais estão cada vez mais sofisticados. De acordo com a polícia de Hong Kong, um funcionário de uma multinacional realizou uma transferência no valor de US$ 25 milhões para golpistas que usaram tecnologia deepfake para fingirem ser o diretor financeiro da companhia durante uma videoconferência.

O golpe altamente elaborado destaca como a verificação da identidade no ambiente online é um desafio cuja complexidade tende a aumentar.

O dilema do CAPTCHA

Atualmente, o ambiente digital conta com alguns métodos de verificação. O mais famoso é o CAPTCHA, sigla para Completely Automated Public Turing test to tell Computers and Humans Apart (teste de Turing público e automatizado para diferenciar computadores de humanos, em tradução livre).

O teste de Turing, por sua vez, é um procedimento criado pelo matemático Alan Turing em 1950, que envolve a tentativa de um humano identificar uma máquina (robô).

Dessa forma, o CAPTCHA funciona como uma espécie de guardião da internet, atuando como um filtro que separa usuários humanos de bots automatizados. A decisão do filtro ocorre por meio de desafios visuais, lógicos e interativos que buscam garantir que as interações online sejam autênticas e livres de fraudes.

Por muitos anos, o CAPTCHA cumpriu seu papel com eficiência, protegendo sites e plataformas contra ataques automatizados, spam e outras atividades maliciosas. A necessidade de decifrar letras distorcidas, identificar objetos em imagens ou resolver quebra-cabeças simples era um obstáculo intransponível para os bots da época.

No entanto, a rápida evolução dos algoritmos de aprendizado de máquina e de visão computacional permitiu à inteligência artificial replicar a capacidade humana de resolver esses desafios. Com isso, em muitos casos, a IA já consegue burlar o CAPTCHA.

A IA consegue resolver o CAPTCHA?

Como explica o Dr. Peter Bentley, cientista da computação, professor da University College London e autor de livros como 10 Short Lessons in Artificial Intelligence and Robotics, a inteligência artificial já consegue resolver um CAPTCHA.

“Um CAPTCHA geralmente é uma imagem ou texto distorcido que você precisa identificar ou interpretar para provar que é humano. A questão é que, originalmente, a ideia dos CAPTCHAs baseados em imagens, chamados reCAPTCHA, também era treinar IAs para realizar melhor o reconhecimento de texto ao digitalizar livros. Ou seja, essas palavras e imagens eram mostradas aos humanos como um CAPTCHA e, ao identificá-las, nós estávamos ensinando as IAs. Agora, elas são mais do que capazes de lidar com isso”, explica o especialista.

Uma pesquisa realizada pela Cornell University, em julho de 2023, aponta que a maioria das IAs consegue resolver imagens CAPTCHA com 96% de precisão, enquanto humanos têm um desempenho que varia entre 50% e 86%. Já de acordo com um levantamento da Microsoft sobre segurança digital, cerca de 90% das tentativas de login mal-intencionadas na internet envolvem credenciais comprometidas ou bots sofisticados.

Prova de humanidade para segurança digital

Diante desse cenário, no qual bots sofisticados e a IA conseguem contornar testes de segurança, cresce a necessidade de desenvolver soluções mais robustas para verificar a humanidade dos usuários.

Essa é a proposta da World ao criar o World ID, uma credencial de prova de humanidade anônima que busca tornar a internet mais segura e confiável. O World ID utiliza a biometria da íris e outras tecnologias avançadas para garantir a privacidade dos usuários.

A ideia é que o World ID resolva as falhas do CAPTCHA, incluindo a vulnerabilidade a ferramentas de inteligência artificial, a proteção contra fraudes e ataques de bots e a eliminação de interações frustrantes com automações que se passam por pessoas. Dessa forma, a tecnologia proporcionaria uma experiência mais segura no ambiente digital.

Segundo a World, o World ID pretende criar um sistema que preserva a privacidade do usuário ao mesmo tempo que garante a segurança das interações online.

A iniciativa surge em um momento em que crescem os estudos sobre os métodos de prova de humanidade para o futuro próximo. Também publicada pela Cornell University, a pesquisa Biometric Verification Secure Against Malicious Adversaries afirma que a autenticação biométrica, que utiliza características como os padrões da íris, oferece uma alternativa robusta aos sistemas tradicionais, como o CAPTCHA, pois os traços biométricos são extremamente únicos e difíceis de replicar.

Para Taarini Kaur Dang, especialista em tecnologia e autora do livro The Young Aspiring Entrepreneur, à medida que mais pessoas utilizam inteligência artificial no dia a dia, o conceito de prova de humanidade se torna ainda mais essencial.

“Os sistemas de prova de humanidade representam uma mudança de paradigma na verificação digital, afastando-se da noção de ‘quem você é’ para focar em ‘o que você é’. Essa mudança permite que os humanos participem de espaços digitais sem medo de personificação ou invasão de privacidade. Ou seja, à medida que a IA continua a desafiar os métodos tradicionais de verificação, a necessidade de sistemas de prova de humanidade se torna primordial”, conclui Taarini.

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