Repórter
Publicado em 13 de setembro de 2025 às 12h08.
A China anunciou neste sábado, 13, duas investigações voltadas ao setor de semicondutores dos Estados Unidos. Segundo a Bloomberg, o movimento amplia a tensão entre os países dias antes de uma rodada de negociações bilaterais sobre comércio e segurança.
De acordo com o Ministério do Comércio chinês, foi aberta uma investigação antidumping sobre chips analógicos fabricados nos EUA, utilizados por companhias como Texas Instruments e Analog Devices.
Em paralelo, o país também iniciou uma apuração sobre práticas discriminatórias ligadas às restrições impostas por Washington à indústria chinesa de semicondutores.
O anúncio da investigação sobre os chips analógicos ocorre pouco depois de os EUA adicionarem 23 empresas chinesas à sua lista de entidades que sofrem restrições por atuarem “contra os interesses de segurança nacional ou política externa”.
Autoridades de Pequim acusaram Washington de adotar práticas protecionistas e de tentar frear o avanço da China em áreas estratégicas como chips de inteligência artificial e outras tecnologias de ponta.
“Essas medidas de contenção e discriminação prejudicam o desenvolvimento da China em setores de alta tecnologia”, afirmou um porta-voz do Ministério do Comércio em nota oficial.
As medidas podem gerar um tom ainda mais tenso para a reunião que acontecerá nos próximos dias em Madri, entre o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, e o vice-premiê chinês He Lifeng.
Segundo a Bloomberg, a pauta deve incluir comércio, segurança econômica, combate à lavagem de dinheiro e o impasse sobre o aplicativo TikTok, avaliado pelo presidente Donald Trump em até US$ 500 bilhões no mercado norte-americano.
Os EUA já restringiram o acesso da China a chips de ponta da Nvidia, usados em aplicações avançadas de IA, enquanto Pequim tem intensificado o uso de instrumentos legais como investigações anticircunvenção — recentemente aplicadas a fibras ópticas importadas dos EUA.
A investigação deve durar cerca de um ano, podendo ser prorrogada por mais seis meses.
Já a apuração sobre práticas discriminatórias tende a ter um prazo de cerca de três meses, segundo o regulador comercial da China.