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Publicado em 21 de julho de 2025 às 13h26.
Após vencer as desconfianças e aprovar a reforma tributária, o governo do Brasil terá pela frente um novo desafio relacionado com sua implementação: criar um sistema capaz de processar até 25 mil transações por segundo, abrangendo 70 bilhões de documentos fiscais e cerca de 800 bilhões de operações anuais.
Até 2032, ano anterior à implementação integral do novo modelo tributário nacional, o Serpro (Serviço Federal de Processamento de Dados) precisará expandir sua capacidade de armazenamento entre 5 e 6 vezes a mais do que todo o volume de dados acumulado pela Receita Federal ao longo de mais de 60 anos.
Robson Lima, gestor do Projeto Nacional da Reforma Tributária Brasileira no Serpro, afirmou que a empresa está fazendo investimentos para ampliar sua capacidade e que toda a equipe está mobilizada para atender à demanda. “Serão 14 novos sistemas, além de outros que virão. Vamos garantir a sustentação de todas essas soluções”, enfatizou o gestor.
Para ilustrar o desafio, o Pix, que em 2024 processou 63,8 bilhões de transações (com média de 256 bytes por operação), terá sua demanda superada consideravelmente. A reforma prevê 70 bilhões de operações anuais, cada uma exigindo 40 mil bytes — um volume 156 vezes maior do que o utilizado pelo sistema de pagamentos instantâneos.
O mecanismo de apuração assistida, essencial para a reforma, monitorará operações de consumo, gerando créditos e débitos para empresas em todo o país. O processamento desses dados demandará 62,25 petabytes de armazenamento ao longo de sete anos. De acordo com Lima, no momento, o Serpro utilizada apenas 26 petabytes – ou seja, a futura demanda será superior ao dobro da atual.
Atualmente, o serviço federal já processa 10 bilhões de notas fiscais eletrônicas por ano, sendo o maior caso de uso do Microsoft SQL Server – um sistema gerenciador de banco de dados desenvolvido pela gigante da tecnologia – no mundo. Com a previsão de 70 bilhões de Registros de Operações de Consumo (ROCs) anuais, o Serpro precisará expandir sua capacidade de armazenamento em 21 vezes até 2032.