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Conheça a estratégia da Rapido, a empresa de mototaxi que venceu a Uber

No mercado de transporte por aplicativo da Índia, a Uber não conseguiu manter a maior fatia do nicho de motos, e agora perde espaço para uma novata

Publicado em 12 de setembro de 2025 às 08h31.

A Rapido, antes vista como uma startup nichada de mototáxi, assumiu a liderança no mercado indiano de transporte por aplicativo. A empresa alcançou quase metade da fatia do setor, ultrapassando a disputa que por anos foi travada entre a Uber e a também indiana Ola.

Dados da Sensor Tower, citados em relatório do Citi Research, indicam que a Rapido superou a Uber em usuários ativos mensais no Android já em janeiro de 2024. Em julho deste ano, a startup registrava cerca de 50 milhões de usuários, frente a 30 milhões da Uber, em um mercado dominado pelo sistema operacional do Google.

Originalmente forte no segmento de táxis de duas rodas, a Rapido vem avançando também no transporte de quatro rodas, capturando cerca de 30% desse mercado. A Uber mantém metade da fatia e a Ola ocupa o restante. Embora a maior perda de mercado recaia sobre a indiana, a expansão da Rapido tem provocado reações da gigante norte-americana.

Reação da Uber

No mês passado, o CEO global da empresa, Dara Khosrowshahi, declarou que a Rapido se tornou uma “concorrente mais dura” do que a Ola no país. Para contê-la, a Uber reduziu tarifas em até 25% em cidades como Bengaluru, Gurugram e Mumbai e lançou um modelo de assinatura para motoristas, copiando uma estratégia já usada pela Rapido.

Esse movimento da Uber na Índia representa uma guinada estratégica. A empresa, que vinha priorizando melhorias de experiência do usuário, agora aposta em preços mais baixos e incentivos para motoristas. Um executivo admitiu que “o avanço da Rapido mudou o manual do jogo” e que a meta é reduzir cancelamentos: pelo menos 60% das corridas devem ser concluídas — hoje, o índice está em 50% a 55%.

Futuro da Rapido

Do outro lado, o cofundador e CEO da Rapido, Aravind Sanka, declarou ao Economic Times que a prioridade será mais “crescimento sustentável” do que buscar a liderança a qualquer custo. A empresa chama seus motoristas de “capitães” e, em 2025, chegou a registrar um consumo de caixa mensal de US$ 4 milhões a US$ 5 milhões, após reduzir perdas em 2024.

Apesar disso, a Rapido segue atraindo capital. Em 2025, levantou mais de US$ 200 milhões de fundos como WestBridge Capital, Nexus Venture Partners e Prosus, e negocia nova rodada de US$ 300 milhões a uma avaliação de US$ 2,7 bilhões.

A empresa também avança no setor de entregas de comida, dominado por Zomato e Swiggy — mercado em que a Uber fracassou, vendendo o Uber Eats para a Zomato em 2020.

Para analistas, a disputa entre as duas deve se prolongar: a indiana queima caixa para crescer, enquanto a Uber opera com margens mais saudáveis e conta com respaldo da matriz em São Francisco. O risco para a Rapido é abrir frentes demais — transporte urbano e delivery — sem consolidar rentabilidade em um setor já marcado por guerras de preço.

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