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De aposta arriscada ao IPO bilionário: como a Figma conquistou os primeiros investidores

Fundada em 2012, a plataforma desafiou o modelo tradicional do design e hoje é um dos maiores cases do setor de tecnologia

Dylan Field: fundador da Figma abandonou a faculdade para empreender  (Kimberly White/Getty Images)

Dylan Field: fundador da Figma abandonou a faculdade para empreender (Kimberly White/Getty Images)

Publicado em 18 de agosto de 2025 às 09h32.

A estreia da Figma na Bolsa de Nova York, no fim de julho, marcou a retomada dos IPOs de tecnologia após três anos de paralisação. As ações da plataforma de design digital mais que triplicaram no primeiro dia de negociação, num dos maiores destaques recentes do mercado.

Muito antes desse resultado, Terrence Rohan já havia apostado no potencial da companhia. Em entrevista ao Business Insider, um dos primeiros investidores da empresa lembrou que, em 2013, era mais fácil listar razões para duvidar da Figma do que acreditar em seu sucesso. O mercado parecia pequeno, a concorrência intensa e as margens apertadas.

Rohan, no entanto, enxergou nos fundadores Dylan Field e Evan Wallace algo que compensava as incertezas. Ele os descreve como empreendedores “excepcionais”, com visão clara de futuro e autenticidade — características que seguem guiando seus critérios de investimento.

Na época do investimento, Rohan era sócio da Index Ventures, fundo que liderou a rodada seed de US$ 3,87 milhões da Figma e continuou a apoiar a startup em captações seguintes.

Ele foi o primeiro conselheiro da empresa, entre 2013 e 2015, e ainda mantém participação acionária. Além disso, esteve presente na celebração do IPO em Wall Street e segue em contato próximo com Field, atual CEO.

Hoje, à frente do Otherwise Fund, Rohan afirma que a trajetória da Figma reforçou sua confiança em investimentos de estágio inicial. Entre suas apostas atuais estão empresas como Hugging Face, Notion, Robinhood e Vanta.

Trajetória da Figma

O IPO marcou o ápice de uma história iniciada em 2012. Na época, Dylan Field, então bolsista da Thiel Fellowship, deixou a Brown University para empreender ao lado do colega de curso Evan Wallace. Juntos, apostaram na ideia de levar o design para o navegador, com foco em colaboração em tempo real.

O projeto chamou atenção de fundos como Sequoia Capital e Index Ventures. Mas foi só durante a pandemia que a Figma ganhou tração definitiva, tornando-se ferramenta central no trabalho remoto de equipes de design e tecnologia.

A empresa chegou perto de ser adquirida pela Adobe em 2022, em um acordo de US$ 20 bilhões, vetado por reguladores no ano seguinte. Desde então, vem expandindo sua plataforma com recursos de inteligência artificial e funcionalidades que ampliam a colaboração entre usuários.

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