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Doug Bowser, CEO da Nintendo, planeja saída; gestão marcou expansão do Switch e retorno ao Brasil

Executivo se aposenta no fim de 2025 após ampliar franquias além dos consoles e priorizar América Latina

Doug Bowser deixa comando da Nintendo of America no fim de 2025; executivo ampliou franquias e consolidou estratégia além dos consoles (Getty Images)

Doug Bowser deixa comando da Nintendo of America no fim de 2025; executivo ampliou franquias e consolidou estratégia além dos consoles (Getty Images)

André Lopes
André Lopes

Repórter

Publicado em 26 de setembro de 2025 às 11h52.

Última atualização em 26 de setembro de 2025 às 11h55.

Doug Bowser assumiu a presidência da Nintendo of America em 2019 com uma tarefa complexa: manter o fôlego do Nintendo Switch e, ao mesmo tempo, preparar a companhia para um futuro em que seus personagens precisariam viver também fora dos videogames. Seis anos depois, o executivo americano anuncia sua aposentadoria, deixando como legado a popularização global do console híbrido e a expansão das franquias da empresa para cinema, parques e produtos licenciados.

Aos 58 anos, Bowser será sucedido por Devon Pritchard, veterana da companhia e executiva responsável pelo lançamento do Switch 2 neste ano. Paralelamente, Satoru Shibata, um dos principais nomes da matriz japonesa, assumirá como CEO da Nintendo of America.

Uma Nintendo além do console

Sob a gestão de Bowser, a Nintendo reforçou a visão de se tornar uma gigante do entretenimento. Foi no seu mandato que a empresa inaugurou parques Super Nintendo World em parceria com a Universal Studios, licenciou personagens para LEGO e roupas, e lançou o filme “Super Mario Bros.”, que se tornou um sucesso global de bilheteria. A estratégia transmídia consolidou a marca fora do ecossistema dos consoles, ampliando receitas e alcance cultural.

No campo digital, Bowser incentivou a expansão do portfólio mobile. Jogos como Fire Emblem Heroes e Animal Crossing: Pocket Camp acumularam 650 milhões de downloads, permitindo que a Nintendo chegasse a mercados onde não havia tradição de venda de consoles.

Popularização do Switch e atenção à América Latina

Bowser também foi o guardião da vida longa do Nintendo Switch. Lançado em 2017, o console continuou quebrando recordes durante sua gestão: foram mais de 85 milhões de unidades vendidas. A estratégia combinou exclusivos fortes, relançamentos e versões alternativas, que atenderam a diferentes perfis econômicos.

Foi nesse período que a Nintendo voltou oficialmente ao Brasil, após anos de ausência. A América Latina ganhou prioridade como região estratégica de crescimento, movimento que recolocou a empresa no radar de jogadores brasileiros.

A postura firme na defesa jurídica das propriedades intelectuais também marcou a gestão. Bowser insistia que a proteção rígida das IPs era condição para garantir qualidade em futuros investimentos. Ao mesmo tempo, reforçou a integração entre hardware e software, uma das bases da filosofia Nintendo desde a era de Shigeru Miyamoto.

[grifar]“Liderar a Nintendo of America foi a honra de uma vida inteira”, disse Bowser ao anunciar sua saída. “Agora é hora da próxima geração de liderança”.

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