Tecnologia

Ele tem 45 anos, é bilionário, evita holofotes e agora quer comprar o TikTok – conheça Adam Foroughi

Com uma proposta para adquirir os direitos internacionais do TikTok, o pai de cinco filhos se vê obrigado a colocar o rosto no holofote

Estela Marconi
Estela Marconi

Freelancer

Publicado em 11 de junho de 2025 às 08h51.

Adam Foroughi não se encaixa no perfil tradicional dos bilionários da tecnologia.

CEO da AppLovin, ele é avesso à mídia, tem apenas um carro e prefere a tranquilidade de sua casa com a família a participar de eventos badalados. No entanto, agora ele está no centro das atenções, ao entrar em uma disputa de alto risco para comprar os ativos internacionais do TikTok, à medida que o aplicativo enfrenta uma possível proibição nos Estados Unidos.

AppLovin entra na disputa pelo TikTok

Em abril de 2024, Foroughi fez uma proposta para adquirir os ativos internacionais do TikTok, com um prazo até 19 de junho para concretizar o negócio. Essa movimentação acontece no contexto da crescente pressão política sobre o aplicativo chinês, especialmente diante das ameaças de banimento feitas por autoridades americanas. Foroughi se juntou a outros concorrentes de peso, incluindo o investidor Kevin O’Leary e o ex-dono do time de beisebol Dodgers, Frank McCourt. O presidente Donald Trump também está envolvido em conversas com possíveis compradores.

Apesar da magnitude da transação, Foroughi permanece fiel à sua natureza discreta. Em entrevista à Business Insider, o CEO da AppLovin declarou que se esforça para ignorar o desconforto com a mídia: “Faço o que acho certo para o meu negócio”, afirmou, reconhecendo a magnitude da aposta.

AppLovin: um gigante silencioso da publicidade digital

Com um valor de mercado de US$ 140 bilhões, a AppLovin é uma das maiores redes de publicidade digital para aplicativos móveis, ajudando desenvolvedores a gerar receita por meio de anúncios. Sua tecnologia inclui um algoritmo baseado em inteligência artificial (IA) que oferece altos retornos para os anunciantes. Em 2024, a empresa registrou um lucro líquido de US$ 1,58 bilhão, com uma margem de 34% e receita de US$ 4,7 bilhões.

Foroughi, no entanto, sempre manteve uma gestão prática e direta. Apesar de contratar um diretor de receita e uma equipe de vendas, ele dispensou todos poucos meses depois ao perceber que estavam recebendo salários superiores aos dos melhores engenheiros da empresa. “Isso me incomodava profundamente”, confessou.

A origem de Adam Foroughi: de imigrante a bilionário

Foroughi nasceu no Irã e chegou aos Estados Unidos ainda criança, com sua família fugindo da Revolução Iraniana. Cresceu na Califórnia e se formou em finanças pela Universidade da Califórnia, em Berkeley. Após passar por várias experiências no mercado financeiro, ele decidiu empreender e fundou a AppLovin em 2012, após uma série de fracassos com outros aplicativos.

Mesmo com o sucesso crescente da AppLovin, Foroughi manteve uma gestão prática, acumulando as funções de CEO, responsável por produto e recursos humanos. "Queria garantir que a cultura da empresa se mantivesse alinhada aos nossos princípios", afirmou.

Inspiração em Elon Musk e críticas à AppLovin

Foroughi tem uma grande admiração por Elon Musk, que considera uma fonte de inspiração, especialmente pela maneira como Musk constrói grandes empresas com visões ousadas. “Ele é brilhante. É difícil não respeitar o que construiu”, afirmou um dos concorrentes de Foroughi, Tim O’Neil, executivo da Liftoff.

No entanto, o nome da AppLovin também gerou controvérsias. Relatórios de vendedores, incluindo o conhecido Carson Block, acusaram a empresa de práticas questionáveis, como rastrear usuários sem consentimento e exagerar nos resultados de campanhas publicitárias. Foroughi rebateu essas acusações, classificando os relatórios como “cheios de imprecisões e mentiras” com o objetivo de derrubar as ações da empresa.

Planos para o TikTok: uma proposta para resolver os desafios de privacidade

A proposta da AppLovin para o TikTok busca uma solução que envolva a combinação de suas operações com os negócios internacionais da plataforma, enquanto a Oracle continuaria responsável pelo armazenamento e segurança dos dados nos Estados Unidos. Foroughi acredita que a tecnologia da AppLovin pode resolver os problemas de segurança e privacidade que afligem o TikTok.

"Vejo o que o governo está tentando fazer e penso que podemos contribuir", disse ele ao Business Insider. Segundo Ari Paparo, ex-executivo do Google e especialista em publicidade, a AppLovin tem pontos fortes, como sua tecnologia de monetização e o fato de não ser vista como parte das grandes empresas de tecnologia (Big Techs), o que pode facilitar sua aceitação política.

Apesar de ser relativamente desconhecida em Washington, a AppLovin começa a movimentar-se mais intensamente. Em abril, Foroughi foi visto em um evento promovido por Donald Trump Jr., o que marca uma mudança em sua postura de reclusão. "Sou recluso por natureza, mas agora preciso aparecer mais", afirmou, revelando que está se preparando para aumentar sua presença política e pública no processo de negociação.

Acompanhe tudo sobre:BilionáriosTikTokFusões e Aquisições

Mais de Tecnologia

Microsoft desenvolve versão Copilot de IA exclusiva para o Departamento de Defesa dos EUA

Oracle supera previsões e prevê salto de 70% na receita de nuvem em 2026

Streaming da Amazon terá US$ 1 bilhão em 2026 e lançará 20 filmes; 10 serão exibidos nos cinema

iOS 26: saiba quais iPhones não conseguem atualizar para o novo sistema