Inteligência artificial: Supercomputador de IA da Nvidia impulsionará pesquisas da Eli Lilly a partir de 2026 (Sean Anthony Eddy/Getty Images)
Redatora
Publicado em 29 de outubro de 2025 às 06h04.
A Eli Lilly e a Nvidia anunciaram uma parceria para construir o que classificam como o supercomputador mais potente já desenvolvido pela indústria farmacêutica. O sistema será acompanhado de uma fábrica com inteligência artificial para o desenvolvimento de novos medicamentos, segundo informações da CNBC.
O objetivo é reduzir o tempo e o custo das pesquisas, que hoje podem levar até dez anos entre o primeiro teste clínico e o lançamento comercial de um fármaco. A previsão é que o supercomputador e a infraestrutura de IA sejam concluídos em dezembro deste ano, com início das operações em janeiro de 2026.
O sistema será operado pela própria Eli Lilly e contará com mais de mil GPUs Blackwell Ultra, nova geração de chips da Nvidia. Os processadores estarão conectados por uma rede de alta velocidade e alimentarão a chamada “fábrica de IA”, uma estrutura de computação capaz de treinar e executar modelos em larga escala para pesquisa e descoberta de medicamentos.
Segundo a empresa, o supercomputador permitirá simular milhões de experimentos digitais e acelerar a identificação de moléculas promissoras para tratamento de doenças complexas. O equipamento deve servir como uma ferramenta científica inédita, capaz de ampliar o alcance e a sofisticação da pesquisa biomédica dentro da companhia.
Segundo a CNBC, os cientistas da Lilly esperam usar o sistema para mapear a progressão de doenças, desenvolver novos biomarcadores e apoiar a medicina de precisão, que ajusta os tratamentos personalizados conforme o perfil genético e ambiental de cada paciente.
A farmacêutica também criou o Lilly TuneLab, uma plataforma que permitirá a startups de biotecnologia acessar modelos de inteligência artificial desenvolvidos com base em dados acumulados pela empresa ao longo de décadas, estimados em cerca de US$ 1 bilhão.
Em contrapartida, as startups compartilharão parte de suas próprias pesquisas e resultados, num sistema que permite aprimorar modelos sem a troca direta de dados confidenciais.
A expectativa da Eli Lilly é que os benefícios científicos e comerciais do projeto comecem a aparecer a partir de 2030, quando os modelos de IA estiverem integrados a todas as etapas do processo de desenvolvimento de medicamentos.
Para a Nvidia, a parceria reforça sua expansão no setor de saúde e consolida o uso de IA na pesquisa biomédica e na medicina personalizada. A empresa afirma que a colaboração representa uma base tecnológica essencial para que a medicina de precisão se torne realidade nos próximos anos.