86% das empresas entrevistadas pela AbraCloud atendem exclusivamente o mercado corporativo, com foco em serviços gerenciados (83%) (Reprodução/Reprodução)
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Publicado em 31 de outubro de 2025 às 04h14.
Para este ano, o mercado brasileiro de computação em nuvem projeta crescimento médio de 39% em relação a 2024, segundo o novo relatório Panorama AbraCloud 2025, divulgado nesta semana. O estudo foi realizado com empresas filiadas à Associação Brasileira de Infraestrutura e Serviços Cloud (AbraCloud), cujo faturamento somado em 2024 foi de R$ 2,1 bilhões.
Para 83% dos provedores entrevistados, 2025 é um ano de crescimento acelerado, sustentado pela maior demanda por digitalização e serviços baseados na nuvem. “As taxas de crescimento reportadas nos últimos anos refletem o uso mais intenso da internet e a digitalização dos negócios”, diz Alexandro Castelli, vice-presidente de Comunicação e Marketing da AbraCloud.
A pesquisa foi feita por telefone em agosto, com líderes de 93% dos principais provedores nacionais, incluindo sócios, presidentes, conselheiros e diretores. O levantamento mostra que 86% das empresas atendem exclusivamente o mercado corporativo, com foco em serviços gerenciados (83%) – a terceirização da administração e manutenção de infraestruturas e aplicações em nuvem.
Entre os grandes provedores, 92% já oferecem orquestração com Kubernetes e 67% fornecem aceleração com GPU voltada à inteligência artificial. Já os pequenos e médios provedores concentram a atuação em hospedagem de sites (77%) e soluções para profissionais liberais (65%).
Refletindo a densidade de telecomunicações no Brasil, o relatório também revela concentração geográfica na oferta de computação em nuvem: 86% dos associados estão nos estados de SP, RJ, MG, RS e PR. A maioria (84%) utiliza data centers em São Paulo para distribuir serviços além do estado de origem, enquanto 31% também operam com infraestrutura internacional.
A estrutura de capital é predominantemente nacional: 90% têm capital próprio e 69% já realizaram algum tipo de aquisição ou fusão. Enquanto 24% venderam parte da carteira de clientes para outras empresas, apenas 3% foram adquiridas por grupos estrangeiros.Para Roberto Bertó, presidente da AbraCloud e CEO da Under Servers & Datacenter, as conclusões da pesquisa são otimistas e mostram o nível de maturidade do mercado nacional. “Hoje, oferecemos infraestrutura tão sofisticada quanto a dos grandes provedores internacionais”, finaliza o executivo.