Tecnologia

Exportações de smartphones da China para EUA caem ao menor nível desde 2011

Queda de 72% em abril reflete o impacto das tarifas de Trump e acelera a realocação da produção global de celulares

iPhone: smartphone da Apple também foram menos exportados  (Amanz /Unsplash)

iPhone: smartphone da Apple também foram menos exportados (Amanz /Unsplash)

Carolina Ingizza
Carolina Ingizza

Redatora na Exame

Publicado em 20 de maio de 2025 às 06h22.

A guerra tarifária entre China e Estados Unidos derrubou as exportações de smartphones para o mercado americano em abril.

Segundo dados da alfândega chinesa, as exportações de smartphones — incluindo o iPhone da Apple — para os Estados Unidos despencaram 72% em abril, totalizando apenas US$ 700 milhões, o menor valor registrado desde 2011.

A retração nos embarques de dispositivos móveis superou em muito a queda geral de 21% nas exportações chinesas para o mercado americano no mesmo mês, de acordo com reportagem da Bloomberg.

O abalo reflete o impacto das tarifas de até 145% aplicadas pelo governo de Donald Trump, que vêm estrangulando as cadeias globais de suprimentos de tecnologia e desviando remessas para outras regiões.

Investidores já demonstram receio de um aprofundamento na guerra comercial entre as duas maiores economias do mundo, cujo fluxo bilateral alcançou US$ 690 bilhões em 2024. Na prática, indústrias inteiras são afetadas e os preços ao consumidor acabam pressionados, num movimento que pode se estender caso as tensões não sejam contidas.

A escalada recente incluiu a acusação de Pequim de que os EUA teriam ignorado a recente trégua ao impor sanções a chips de inteligência artificial da Huawei, evidenciando o caráter político e estratégico das disputas comerciais.

Em paralelo, o valor das exportações chinesas de componentes para celulares para a Índia — maior base de produção do iPhone fora da China — quadruplicou no último ano.

A Apple vem acelerando esse deslocamento, apesar dos apelos de Trump para que a montagem do aparelho seja trazida de volta aos Estados Unidos, algo que, no curto prazo, ainda parece totalmente inviável.

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