Redatora
Publicado em 1 de agosto de 2025 às 09h17.
A estreia da Figma na bolsa de Nova York nesta quinta-feira, 31, marcou o IPO mais aguardado do setor de tecnologia em 2025. A ação da empresa de design encerrou o pregão cotada a US$ 115,50, alta de 250% em relação ao preço inicial de US$ 33.
No pré-mercado desta sexta-feira, 1º, por volta das 9h10, os papéis seguiam em forte alta, cotados a US$ 137,63, o que representa um avanço de mais 17%.
Com isso, a companhia passou a valer cerca de US$ 68 bilhões — mais do que os US$ 20 bilhões que a Adobe chegou a oferecer pela empresa em 2022.
A abertura de capital também garantiu retornos bilionários para alguns dos principais investidores do Vale do Silício. A gestora Index Ventures, por exemplo, detém 66 milhões de ações e viu seu investimento atingir US$ 7,2 bilhões com a cotação de fechamento. A Greylock Partners ficou com US$ 6,7 bilhões, e o CEO e cofundador Dylan Field passou a ter uma fatia avaliada em US$ 6,3 bilhões.
Fundada em 2012 por Dylan Field e Evan Wallace, a Figma lançou sua plataforma de design em 2016 e cresceu apostando na colaboração em tempo real.
A empresa chegou a ser comprada pela Adobe, mas o negócio foi cancelado em 2023 após resistência de órgãos reguladores. Como compensação, a Figma recebeu US$ 1 bilhão da gigante de software e usou o período para lançar quatro novos produtos e dobrar seu portfólio.
A euforia do mercado foi tamanha que a própria empresa organizou uma “block party” em frente à Bolsa de Nova York, com DJ, brindes e a presença de funcionários e executivos. O sucesso da oferta pública marca o maior IPO de tecnologia em três anos e quebra a seca de listagens após um período de cautela no setor.
Além dos fundos de investimento, outros nomes ligados à empresa também saíram com ganhos expressivos. O cofundador Evan Wallace manteve sua participação avaliada em US$ 3,1 bilhões, após doar parte de suas ações para a fundação Marin Community Foundation, que levantou US$ 440 milhões com a venda.
Outros destaques incluem os fundos Kleiner Perkins (US$ 6 bilhões) e Sequoia Capital (US$ 3,8 bilhões), além de executivos como o CFO Praveer Melwani (US$ 171 milhões) e o chief revenue officer Shaunt Voskanian (US$ 136 milhões).
Até mesmo o brasileiro Mike Krieger, cofundador do Instagram e investidor-anjo da Figma, teve seu investimento avaliado em US$ 15 milhões com a abertura de capital.
A listagem da Figma reacende o interesse do mercado por empresas de tecnologia em estágio avançado e indica que o apetite por novos IPOs pode estar voltando — principalmente para negócios com uma base sólida de usuários.