Repórter
Publicado em 9 de junho de 2025 às 17h53.
Última atualização em 9 de junho de 2025 às 19h04.
Um movimento de design visual que marcou a virada dos anos 2000 — com transparências, brilhos e natureza digitalizada — está voltando a aparecer nas telas dos smartphones, videogames e redes sociais. Conhecida como Frutiger Aero, a estética combinava elementos futuristas com uma visão lúdica da tecnologia, e agora ressurge em lançamentos como o novo iOS 26 da Apple.
O nome do estilo une duas referências centrais daquele período: o designer suíço Adrian Frutiger, famoso por suas fontes simples e legíveis, e o Windows Aero, interface do Windows Vista lançada em 2006. O visual se tornou sinônimo de otimismo tecnológico, com telas cheias de reflexos, ícones que imitavam objetos reais, bolhas, luzes e cores intensas como azul, verde e branco.
Entre os produtos que marcaram essa estética estão o Nintendo Wii, os primeiros iPhones, e até o design de interiores das lojas da antiga Oi. A ideia era mostrar a tecnologia como algo amigável, brilhante e sustentável — numa tentativa de tornar o mundo digital mais próximo do cotidiano.
Mas por volta de 2012, esse estilo perdeu espaço para o chamado flat design, visual minimalista que removeu sombras, texturas e efeitos 3D das interfaces. Apple e Microsoft lideraram essa virada com os sistemas iOS 7 e Metro UI, criando um visual mais limpo, sóbrio e corporativo.
A poucos dias do WWDC, o evento de novidades da Apple, a empresa anunciou que o iOS 26 traria uma nova linguagem visual chamada "Liquid Glass", fortemente inspirada no Frutiger Aero original. A proposta mistura nostalgia com recursos gráficos modernos, como efeitos de profundidade em tempo real, reflexos dinâmicos e animações suaves.
Os principais destaques do novo iOS incluem:
Outro fator é o chamado "ciclo de nostalgia de 20 anos", tendência observada em várias áreas da cultura pop, da moda ao cinema, que resgata estéticas passadas reinterpretadas para o presente. No caso do Frutiger Aero, trata-se de reapresentar o “futuro do passado” com o toque técnico do presente.
A volta do estilo também marca uma mudança de abordagem: depois de uma década em que o design foi guiado por eficiência e padronização, há agora espaço para interfaces mais expressivas e sensoriais. Esse possível “meio do caminho” está começando a ser desenhado por projetos como o da Humane e o mais recente experimento liderado por Sam Altman, CEO da OpenAI, em colaboração com Jony Ive, ex-chefe de design da Apple.
A dupla está trabalhando em um dispositivo descrito como um sucessor do smartphone, que aposta em interações mais naturais, contextuais e sem tela — um formato no qual o visual cede lugar à experiência mediada por linguagem e contexto.