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Galaxy Z Fold 7 é o dobrável mais maduro já lançado pela Samsung

Smartphone premium da sul-coreana reduz espessura em 26% e integra câmera de 200MP com IA do Gemini; um produto à altura do preço

André Lopes
André Lopes

Repórter

Publicado em 30 de julho de 2025 às 11h07.

Última atualização em 4 de setembro de 2025 às 14h30.

Uma semana com o Galaxy Z Fold 7 foi suficiente para confirmar que a Samsung entregou finalmente o smartphone dobrável que prometeu há seis anos. O novo flagship dobrável da empresa, que chega ao Brasil por R$ 14.599, representa o maior salto geracional da linha desde o primeiro modelo, combinando um design drasticamente mais fino com melhorias substanciais em performance e câmeras.

O Z Fold 7 não chegou sozinho ao mercado brasileiro. A Samsung lançou simultaneamente o Galaxy Z Flip 7 (R$ 7.379) e sua primeira versão Fan Edition, o Z Flip 7 FE (R$ 6.029), criando um portfólio completo de dobráveis que vai do segmento intermediário-premium ao ultra-premium. Essa estratégia de três modelos visa democratizar o acesso aos dobráveis, historicamente restritos ao topo de linha.

O aparelho surpreende pela espessura de 8,9mm quando fechado, uma redução de 26% em relação ao Z Fold 6 (JUNG YEON-JE/Getty Images)

A transformação mais evidente está nas dimensões do Galaxy Z Fold 7. Pesando apenas 215 gramas – 10% mais leve que o antecessor – o aparelho surpreende pela espessura de 8,9mm quando fechado, uma redução de 26% em relação ao Z Fold 6. Essa mudança radical torna o dispositivo finalmente competitivo com smartphones tradicionais em termos de portabilidade.

O novo formato provou ser um divisor de águas no uso cotidiano. O modelo anterior não gerava a mesma sensação de um smartphone comum no bolso, faltava algo e isso se provou ser o seu tamanho e espessura; este causa justamente o efeito contrário, embora ligeiramente mais espesso. Quando aberto, a tela ainda apresenta uma sutil protuberância – visível apenas contra a luz –, e representa uma melhoria substancial em relação às gerações anteriores.

Telas que impressionam

O Galaxy Z Fold 7 mantém a configuração de duas telas, mas com melhorias significativas. A tela externa de 6,5 polegadas agora oferece proporção mais natural para uso com uma mão, enquanto a tela interna de 8 polegadas (2184×1968 pixels) entrega uma experiência genuinamente similar a um tablet compacto.

Durante a semana de testes, abri a tela interna em aproximadamente 40% das interações (sim, eu anotei) – uma parcela surpreendentemente alta que indica real utilidade do formato. O diferencial se mostrou especialmente valioso para consumo de conteúdo: assistir vídeos, ler documentos longos e navegar em redes sociais ganham uma dimensão completamente nova.

A tela externa de 6,5 polegadas agora oferece proporção mais natural para uso com uma mão, enquanto a tela interna de 8 polegadas (2184×1968 pixels) entrega uma experiência genuinamente similar a um tablet compacto

Porém, a realidade do software ainda impõe limitações frustrantes. Aplicativos triviais como, por exemplo, Todoist, Hevy e TotalPass, sofreram com a responsividade. É comum, de tela fechada, nem todo o conteúdo ser exibido, e ao abrir a tela interna, encontrar interfaces desproporcionais, com elementos esticados – um problema que as gerações anteriores já enfrentavam e que permanece parcialmente sem solução.

Ambos os painéis utilizam tecnologia AMOLED Dinâmico 2x, e com brilho máximo de até 2,600 nits, que se mostrou adequado para uso externo durante os testes em São Paulo, mesmo em dias ensolarados.

A principal limitação permanece sendo a proteção contra poeira. Com certificação IP48, o aparelho resiste à água, mas não ao pó – um problema real para quem frequenta praias ou ambientes áridos.

Performance e câmeras elevam o padrão

O Snapdragon 8 Elite equipa o Z Fold 7 com performance superior aos concorrentes. Nos benchmarks, o chip entregou resultados consistentemente acima do iPhone 16 Pro Max em testes multi-core, uma conquista significativa para o Android.

Na prática, essa potência se traduz em multitarefa fluida entre as duas telas. Assistir vídeos na tela interna enquanto responde mensagens na externa tornou-se uma experiência natural, sem stutters ou travamentos – algo impensável nos primeiros modelos da linha.

O sistema de câmeras representa outro avanço importante. A câmera principal de 200MP com sensor maior captura fotos com detalhamento superior ao Z Fold 6, especialmente em ambientes com pouca luz. Os resultados noturnas mostram menos ruído e maior preservação de detalhes, aproximando-se da qualidade dos Galaxy S25 Ultra.

A câmera selfie interna ganhou lente ultrawide, expandindo significativamente o campo de visão para videochamadas – um diferencial importante considerando o público corporativo que tradicionalmente adota a linha Fold.

Bateria frustra, mas não compromete

A bateria de 4.400mAh permanece inalterada em relação ao modelo anterior, uma decisão questionável considerando o aumento das telas e da performance. Nos testes práticos, o aparelho entregou cerca de 5 horas e 36 minutos de uso intenso – suficiente para um dia completo, mas sem margem para usuários heavy.

O carregamento de 25W mostra-se igualmente conservador para 2025. Completar a carga leva aproximadamente 80 minutos, um tempo elevado comparado aos concorrentes chineses que já oferecem velocidades superiores a 100W.

Inteligência artificial como diferencial real

A parceria entre Google e Samsung alcança sua maturidade no Z Fold 7 com a integração mais profunda do Gemini já vista em dispositivos móveis. Esta é a primeira implementação de tempo integral de IA em um ecossistema Android, estendendo-se até o Galaxy Watch 8, lançado junto do smartphone.

No relógio, basta aproximá-lo do rosto para ativar automaticamente o Gemini por voz – uma funcionalidade que transforma a interação cotidiana com a IA. Durante os testes, essa integração se mostrou especialmente útil em exercícios físicos ou quando as mãos estavam ocupadas, permitindo comandos de voz naturais sem tocar em qualquer dispositivo.

A sincronização entre dispositivos permite iniciar uma consulta no relógio e continuar no telefone, ou vice-versa, mantendo o contexto completo da conversa.

Na semana de uso, o sistema provou-se especialmente útil para tradução simultânea em videochamadas internacionais e resumo de documentos extensos. A capacidade de processar informações visuais e textuais simultaneamente cria casos de uso únicos para o formato dobrável, especialmente quando combinada com o modo Flex que permite usar uma metade da tela como apoio para a câmera.

Vale o investimento de R$ 15 mil?

Após uma semana intensiva  de teste, o Galaxy Z Fold 7 finalmente justifica sua proposta de valor. O design refinado elimina as principais objeções de portabilidade, enquanto as melhorias em câmeras e performance atendem às expectativas de um flagship premium.

O preço oficial de R$ 14.599 (modelo 256GB) permanece proibitivo para a maioria dos consumidores brasileiros, mas a estratégia agressiva de vendas da Samsung torna o aparelho mais acessível, na prática. Com desconto de 10% no Pix, o valor cai para R$ 13.139, e até 19 de agosto é possível adquirir a versão de 1TB pelo preço da de 512GB.

A empresa trabalha com sete canais de venda simultâneos – loja oficial, Amazon, Magazine Luiza, Casas Bahia, Americanas, Fast Shop e Kabum –, além de programas como Pré-Registro Plus (R$ 299 para receber R$ 1.600 de desconto) e Troca Smart (até R$ 4.000 de abatimento).

O Galaxy Z Fold 7 chega ao Brasil em quatro opções de cores: Blue Shadow, Silver Shadow, JetBlack e Mint. A versão verde é exclusiva para compras no site oficial da Samsung, enquanto as demais estão disponíveis em todos os canais de venda da empresa

Somados, os descontos podem reduzir o preço final em até R$ 5.500, aproximando o Z Fold 7 da faixa dos R$ 9 mil., mas representa um avanço justo considerando as inovações entregues. Para profissionais que dependem de multitarefa intensa ou entusiastas de tecnologia, o investimento se justifica. Resta saber se o mercado brasileiro e o público alvo do produto está pronto para abraçar essa evolução ou se permanecerá cético até que os preços se tornem mais acessíveis.

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