Tecnologia

GM anuncia piloto automático que permitirá tirar os olhos da estrada

Sistema da General Motors é classificado como nível 3 de autonomia, mas ainda é proibido em muitos locais devido à falta de clareza sobre a responsabilidade em caso de acidentes

Além da GM, montadoras como Ford, Stellantis (dona de marcas como Jeep), Honda e Mercedes-Benz também estão desenvolvendo e implementando sistemas com nível 3 de autonomia (Roosevelt Cassio/Reuters)

Além da GM, montadoras como Ford, Stellantis (dona de marcas como Jeep), Honda e Mercedes-Benz também estão desenvolvendo e implementando sistemas com nível 3 de autonomia (Roosevelt Cassio/Reuters)

Publicado em 4 de novembro de 2025 às 11h01.

A General Motors (GM) entrou para o grupo de montadoras que está apostando na tecnologia de direção parcialmente automatizada, com um sistema chamado “eyes-off driving”. Essa tecnologia permite que motoristas tirem as mãos do volante e até mesmo os olhos da estrada em alguns trechos de rodovias dos Estados Unidos, marcando um avanço significativo no caminho para os carros totalmente autônomos.

De acordo com a GM, o objetivo é levar esse sistema para o mercado até 2028, começando com o Cadillac Escalade IQ. Na escala de seis níveis de autonomia, o eyes-off driving está classificado como nível 3. Recentemente, uma pesquisa avaliando assistentes de engarrafamento (nível 2 de autonomia) verificou que os motoristas precisaram intervir a cada 9 minutos para corrigir a direção e garantir a segurança.

Portanto, embora a promessa de uma condução mais relaxada, em que os motoristas poderiam até assistir a vídeos ou jogar no celular, seja atraente, a novidade levanta questões cruciais sobre a responsabilidade em caso de falhas.

No nível 3, motoristas ainda precisam estar prontos para retomar o controle do veículo, caso o sistema de automação falhe ou se depare com uma situação imprevista. Se não conseguirem reagir a tempo, podem ser responsabilizados, uma situação que já gera preocupações, como destacou a Dra. Alexandra Mueller, do Instituto de Segurança no Trânsito.

Além da GM, montadoras como Ford, Stellantis (dona de marcas como Jeep), Honda e Mercedes-Benz também estão desenvolvendo e implementando sistemas com nível 3 de autonomia. Em paralelo, empresas como Waymo, da Alphabet/Google, e Tesla, de Elon Musk, expandem seus serviços de robotáxi nos EUA, adicionando desafios para garantir a segurança e assegurar responsabilização por acidentes no trânsito.

Desafios

O maior desafio está na falta de clareza sobre como dividir a responsabilidade em caso de acidentes. Atualmente, sistemas como o “Drive Pilot”, da Mercedes-Benz, já operam em nível 3 em algumas rodovias de Califórnia e Nevada, mas a regulamentação sobre o uso dessas tecnologias ainda é restrita e incerta. Por isso, mesmo com o avanço da tecnologia de direção autônoma, na maior parte dos EUA o nível 3 de autonomia ainda é proibido.

Especialistas apontam que os carros autônomos também representam um desafio para os tribunais, onde a falta de conhecimento técnico pode gerar decisões imprevisíveis, especialmente sobre como dividir a responsabilidade entre o motorista e a montadora.

Dessa forma, a transparência se torna fundamental para o avanço dos sistemas de piloto automático, garantindo que não se prejudique a segurança daqueles que deveriam auxiliar, sejam eles humanos nos bancos dos motoristas, mãos no volante e olhos na estrada (ou não), ou os pedestres nas ruas.

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