Cloudflare: empresa atua como uma camada de proteção e aceleração entre o usuário e o servidor dos sites (Getty Images)
Repórter
Publicado em 18 de novembro de 2025 às 09h56.
Última atualização em 18 de novembro de 2025 às 10h10.
Na manhã desta terça-feira, 18, uma falha generalizada na Cloudflare, empresa americana de segurança e desempenho para aplicações na internet, tirou do ar mais de 500 serviços em todo o mundo[/grifar]. Plataformas como o X, antigo Twitter, o ChatGPT, o Canva e até o DownDetector ficaram indisponíveis a partir das 9h, no horário de Brasília.
União Europeia investiga Amazon e Microsoft por domínio no setor de nuvemA Cloudflare atua como uma camada de proteção e aceleração entre o usuário e o servidor dos sites, e sua interrupção desencadeou uma série de erros 500 — tipo de falha que impede o carregamento de páginas e serviços online.
A própria empresa confirmou o problema, que atingiu não apenas os clientes, mas também o painel de controle e a API da Cloudflare. Em nota, afirmou estar "trabalhando para entender totalmente o impacto e mitigar o problema", sem detalhar ainda a causa ou estimar tempo de normalização.
Para grandes empresas, a instabilidade pode significar muito mais do que uma queda momentânea. Segundo estudo do Ponemon Institute, interrupções de serviço em infraestruturas críticas como essa têm um custo médio estimado de US$ 9.000 por minuto para corporações de grande porte.
Em resposta a eventos como o desta terça, cresce no Brasil e no mundo a adoção de multi-cloud, ou seja, estratégias de uso simultâneo de múltiplos provedores de nuvem. O objetivo é evitar dependência de um único fornecedor, cenário que aumenta o risco operacional.
Segundo o Gartner, até 2027, 90% das grandes e médias empresas terão uma estratégia formal de multi-cloud implementada. Já levantamento da Flexera mostra que 87% das organizações já operam em múltiplas nuvens e 72% distribuem suas aplicações críticas entre dois ou mais provedores.
No Brasil, interrupções em serviços de cloud computing geraram perdas de até R$ 140 milhões em apenas dois dias no ano passado, de acordo com dados do setor.
Estudos da IDC indicam que essa abordagem pode reduzir em até 31% o tempo de indisponibilidade e gerar economia de 28% em infraestrutura. Além disso, evita o chamado vendor lock-in, expressão usada para descrever a dependência técnica de um único fornecedor, apontada como o principal motivo para adoção de estratégias híbridas por 68% dos CIOs e CTOs consultados pela Accenture.
A tendência é mais visível em setores com alta carga regulatória, como financeiro, saúde e indústria. Com apoio de ferramentas modernas de automação e integração com inteligência artificial, a estratégia tem se consolidado como alternativa segura e competitiva frente a falhas como a que expôs hoje os riscos de centralização.