Tecnologia

Interrupções como da Cloudflare podem custar US$ 9 mil por minuto para empresas

Queda afetou serviços da empresa e expôs riscos de depender de um único provedor de infraestrutura digital

Cloudflare: empresa atua como uma camada de proteção e aceleração entre o usuário e o servidor dos sites (Getty Images)

Cloudflare: empresa atua como uma camada de proteção e aceleração entre o usuário e o servidor dos sites (Getty Images)

André Lopes
André Lopes

Repórter

Publicado em 18 de novembro de 2025 às 09h56.

Última atualização em 18 de novembro de 2025 às 10h10.

Na manhã desta terça-feira, 18, uma falha generalizada na Cloudflare, empresa americana de segurança e desempenho para aplicações na internet, tirou do ar mais de 500 serviços em todo o mundo[/grifar]. Plataformas como o X, antigo Twitter, o ChatGPT, o Canva e até o DownDetector ficaram indisponíveis a partir das 9h, no horário de Brasília.

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A Cloudflare atua como uma camada de proteção e aceleração entre o usuário e o servidor dos sites, e sua interrupção desencadeou uma série de erros 500 — tipo de falha que impede o carregamento de páginas e serviços online.

A própria empresa confirmou o problema, que atingiu não apenas os clientes, mas também o painel de controle e a API da Cloudflare. Em nota, afirmou estar "trabalhando para entender totalmente o impacto e mitigar o problema", sem detalhar ainda a causa ou estimar tempo de normalização.

Para grandes empresas, a instabilidade pode significar muito mais do que uma queda momentânea. Segundo estudo do Ponemon Institute, interrupções de serviço em infraestruturas críticas como essa têm um custo médio estimado de US$ 9.000 por minuto para corporações de grande porte.

Multi-cloud ganha tração como resposta a riscos de instabilidade

Em resposta a eventos como o desta terça, cresce no Brasil e no mundo a adoção de multi-cloud, ou seja, estratégias de uso simultâneo de múltiplos provedores de nuvem. O objetivo é evitar dependência de um único fornecedor, cenário que aumenta o risco operacional.

Segundo o Gartner, até 2027, 90% das grandes e médias empresas terão uma estratégia formal de multi-cloud implementada. Já levantamento da Flexera mostra que 87% das organizações já operam em múltiplas nuvens e 72% distribuem suas aplicações críticas entre dois ou mais provedores.

No Brasil, interrupções em serviços de cloud computing geraram perdas de até R$ 140 milhões em apenas dois dias no ano passado, de acordo com dados do setor.

Estudos da IDC indicam que essa abordagem pode reduzir em até 31% o tempo de indisponibilidade e gerar economia de 28% em infraestrutura. Além disso, evita o chamado vendor lock-in, expressão usada para descrever a dependência técnica de um único fornecedor, apontada como o principal motivo para adoção de estratégias híbridas por 68% dos CIOs e CTOs consultados pela Accenture.

A tendência é mais visível em setores com alta carga regulatória, como financeiro, saúde e indústria. Com apoio de ferramentas modernas de automação e integração com inteligência artificial, a estratégia tem se consolidado como alternativa segura e competitiva frente a falhas como a que expôs hoje os riscos de centralização.

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