Mike Cagney: cofundador da Figure (ROB LEVER/Getty Images)
Redator
Publicado em 15 de setembro de 2025 às 11h50.
As ações da Figure Technology Solutions, fintech norte-americana de crédito baseada em blockchain, dispararam quase 40% desde a oferta pública inicial (IPO, na sigla em inglês) realizada na quinta-feira, 11. O movimento elevou o patrimônio de seu cofundador Mike Cagney para US$ 1,9 bilhão, segundo a Bloomberg.
O IPO arrecadou US$ 787,5 milhões e avaliou a empresa em cerca US$ 6,6 bilhões. Na sexta-feira, 12, os papéis subiram 12%, cotados a US$ 34,84 em Nova York.
Fundada em 2018 por Cagney e sua esposa, June Ou, 60, atual COO, a Figure começou oferecendo linhas de crédito imobiliário por meio de blockchain. Hoje, busca se consolidar como referência na próxima geração de negócios digitais.
O sucesso da estreia levou Cagney a comparar a Figure às “Sete Magníficas” — Nvidia, Microsoft, Meta, Amazon, Alphabet (Google), Apple e Tesla. Segundo ele, a companhia pode integrar um futuro grupo de gigantes do setor de blockchain, com valor de mercado na casa de centenas de bilhões ou até trilhões de dólares.Até 2024, Cagney ocupou o cargo de CEO, mas passou o comando a Michael Tannenbaum, ex-Brex e ex-SoFi, que detém ações e opções avaliadas em US$ 228 milhões. Apesar da mudança, o cofundador mantém 72% do poder de voto da companhia por meio das ações Classe B, com direito a dez vezes mais votos que as ordinárias.
A Figure se soma a outras empresas de cripto que abriram capital em 2025. A Circle, da stablecoin USDC, subiu 168% no primeiro pregão em junho. O app Webull valorizou 500% após a estreia, transformando seus fundadores em bilionários. Já a corretora Gemini, dos gêmeos Winklevoss, levantou US$ 425 milhões em sua oferta.A trajetória de Cagney inclui a fundação da SoFi Technologies, em 2010, durante seu período na Universidade de Stanford. Como CEO, levantou US$ 1 bilhão em 2015 em rodada liderada pelo SoftBank, uma das maiores da época para uma fintech.
Antes disso, na bolha das pontocom, o bilionário fundou a plataforma de gestão de patrimônio Finaplex, vendida à Broadridge em 2007. Ele também criou o hedge fund Cabezon, mais tarde adquirido pela SoFi.
Em 2017, Cagney deixou a SoFi após acusações de ambiente tóxico e má conduta no trabalho. Dois anos depois, ele admitiu ter mantido relacionamentos consensuais com subordinadas e disse que a empresa havia crescido sem priorizar a cultura corporativa.