Tecnologia

Mercados asiáticos de tecnologia sofrem maior queda em meses

Fortalecimento do dólar e expectativas de juros mais altos nos EUA pressionam as ações ligadas à inteligência artificial

Da Redação
Da Redação

Redação Exame

Publicado em 9 de novembro de 2025 às 16h51.

A forte queda das ações de tecnologia na Ásia na última semana acendeu o alerta entre investidores e colocou em dúvida a continuidade da corrida global de papéis ligados à inteligência artificial e aos semicondutores.

O movimento, o mais intenso desde abril, foi impulsionado por vendas em Wall Street e expôs fragilidades do mercado asiático, como a dependência de investidores de varejo, o alto nível de concentração em poucas empresas e a incerteza sobre cortes de juros nos EUA.

Segundo Charu Chanana, da Saxo Markets à Bloomberg, o recuo reflete “avaliações estendidas” e uma estrutura de mercado “mais vulnerável”. Ainda assim, o setor asiático acumula alta de 24% em 2025, superando o desempenho americano.

A valorização acelerada, contudo, alimentou temores de superaquecimento, especialmente após o avanço superior a 200% das ações da SK Hynix. O índice MSCI Ásia de tecnologia chegou a cair 4,2%, com fortes perdas no Kospi e no Nikkei 225.

Analistas também destacam o risco da concentração de grandes companhias, como TSMC, Samsung e SK Hynix, que dominam os principais índices da região. “Se algo der errado com o boom da IA ou dos semicondutores, o Nikkei despencará imediatamente”, disse Takehiko Masuzawa, da Phillip Securities Japan a Bloomberg.

O dólar mais forte e a redução das apostas em cortes de juros pelo Fed aumentaram a pressão sobre o setor, enquanto investidores locais intensificaram a volatilidade.

Mesmo assim, alguns analistas veem o movimento como mera realização de lucros, e não como sinal de crise. O índice de semicondutores da Bloomberg segue sendo negociado a valores mais baixos que o americano, mantendo a atratividade relativa da região.

Para outros, no entanto, o alerta dos CEOs do Goldman Sachs e do Morgan Stanley sobre uma possível correção global reforça a necessidade de cautela. “Temos vendido nas últimas semanas”, disse Vikas Pershad, da M&G Investments. “Ainda não é o momento de ampliar a exposição ao setor.”

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