Mark Zuckerberg: CEO da Meta lidera pessoalmente contratações bilionárias em IA (Montagem EXAME/ /Wikimedia Commons)
Redatora
Publicado em 1 de agosto de 2025 às 11h59.
O frenesi por talentos em inteligência artificial no Vale do Silício atingiu um novo patamar. Segundo reportagem do New York Times, o CEO da Meta, Mark Zuckerberg, ofereceu um pacote de cerca de US$ 250 milhões (cerca de R$ 1,4 bilhão) ao jovem pesquisador Matt Deitke, de 24 anos, para integrar o time que desenvolve sistemas de superinteligência, uma tecnologia que, em teoria, pode superar as capacidades do cérebro humano.
A proposta inicial de US$ 125 milhões em ações e dinheiro ao longo de quatro anos não foi suficiente para convencer Deitke a deixar sua startup.
Após uma conversa direta com Zuckerberg, a Meta dobrou a oferta, com até US$ 100 milhões só no primeiro ano. O valor superou o contrato mais recente do astro da NBA Steph Curry, segundo o New York Times.
Deitke acabou aceitando a proposta. Ex-doutorando em ciência da computação pela Universidade de Washington, ele fundou recentemente a Vercept, uma startup com cerca de 10 funcionários que desenvolve agentes autônomos de IA e já arrecadou US$ 16,5 milhões em investimentos de nomes como o ex-CEO do Google, Eric Schmidt.
O episódio é mais um retrato da guerra por talentos em IA que se intensificou desde o lançamento do ChatGPT, da OpenAI, em 2022. Com poucos profissionais qualificados e demanda crescente, empresas como Meta, Google, Microsoft e a própria OpenAI vêm oferecendo remunerações na casa dos nove dígitos.
Segundo o NYT, Zuckerberg tem atuado pessoalmente no recrutamento e usa uma lista com nomes que atendem a critérios como doutorado em áreas de IA, experiência em laboratórios renomados e participação em pesquisas de ponta.
Além dos salários elevados, a Meta também atrai talentos oferecendo acesso a até 30 mil GPUs para treinar modelos avançados, um dos recursos mais cobiçados no setor.
As negociações entre empresas e pesquisadores passaram a lembrar a movimentação de atletas profissionais, com grupos em plataformas como Slack e Discord, onde trocam estratégias e comparam ofertas.
A OpenAI, por sua vez, reconheceu internamente que tem sido forçada a revisar sua política de remuneração, mas evita igualar as cifras da Meta. “Para trabalhar aqui, você precisa acreditar no potencial da OpenAI”, afirmou Mark Chen, diretor de pesquisa da empresa, segundo um áudio obtido pelo NYT.
Mesmo com ofertas bilionárias, nem todos os cientistas têm aceitado os convites da Meta, em parte por considerarem vaga a visão de Zuckerberg sobre o futuro da IA.
Ainda assim, episódios como o de Deitke mostram como o mercado de IA virou terreno de disputa de gigantes, e jovens pesquisadores se tornaram as novas estrelas.