Separação dos aplicativos por sete anos e abertura a rivais marcam vitória parcial da Microsoft no embate com reguladores europeus (Colaborador/Bloomberg)
Redator
Publicado em 12 de setembro de 2025 às 10h40.
A Microsoft conseguiu evitar uma multa da União Europeia ao oferecer concessões sobre a forma como agrupa os aplicativos Teams e Office, encerrando uma investigação antitruste que se arrastava desde 2020.
Essa apuração começou após denúncia do Slack, hoje parte da Salesforce, que acusava a empresa de abusar de sua posição dominante ao vincular a ferramenta de videoconferência ao pacote de produtividade mais usado no mercado.
Desde então, a Microsoft já havia desmembrado o Teams do Office 365 na região, mas críticos afirmavam que a medida era insuficiente. Em maio, a companhia, avaliada em US$ 3,7 trilhões, prometeu fazer concessões, como manter essa separação por sete anos.
Agora, além do desmembramento, a empresa se comprometeu a publicar informações que ampliem a interoperabilidade de seus serviços, permitindo maior integração com produtos rivais. Os reguladores aceitaram as novas garantias, afirmando que o acordo restabelece a concorrência e abre espaço para outros fornecedores.
“Esses compromissos abrem a competição em um mercado crucial de videoconferência e softwares de colaboração”, afirmou Teresa Ribera, vice-presidente da Comissão Europeia e comissária de concorrência da UE, em conferência realizada na Itália.
Por sua vez, Nanna-Louise Linde, vice-presidente de assuntos governamentais da Microsoft na Europa, disse que a empresa “acolhe o diálogo com a comissão que levou ao acordo” e que agora vai implementar as novas obrigações “de forma rápida e completa”.
O desfecho ocorre em meio a tensões entre a União Europeia e o governo Donald Trump em torno da regulação das big techs. No início do mês, o bloco multou o Google em quase US$ 3,5 bilhões, o que levou o presidente dos EUA a fazer novas ameaças de retaliação comercial contra a Europa.
Após o acordo com a Microsoft, Ribera ressaltou que a UE continuará aplicando multas quando necessário, mas também recorrerá a soluções negociadas. A vice-presidente da Comissão Europeia já afirmou que o bloco deve estar preparado e disposto a desistir do acordo comercial assinado com os EUA em julho, caso Trump retalie a aplicação de regulações contra big techs.