Repórter
Publicado em 8 de setembro de 2025 às 14h13.
O que acontece quando uma marca decide substituir uma pessoa real por um influenciador criado por inteligência artificial? Na Alemanha, a Vodafone resolveu testar essa ideia em um anúncio veiculado no TikTok.
No vídeo, uma apresentadora aparentemente comum surge para falar dos serviços da operadora. Mas bastava observar com atenção para perceber que havia algo fora do lugar: o movimento artificial do cabelo, pintas que desapareciam entre os quadros e expressões faciais estranhamente rígidas. Nos comentários, a própria empresa confirmou a suspeita: a figura não existe, foi gerada por IA generativa.
@vodafonedeutschland Jetzt Internet mit bis zu 1000 Mbit/s im Download für Dein Zuhause.
Segundo a Vodafone, a iniciativa faz parte de “testes de diferentes estilos de publicidade”, refletindo o avanço da inteligência artificial no dia a dia. Para alguns usuários, no entanto, a substituição de pessoas reais por personagens digitais provocou desconforto. “Por que não colocar uma pessoa de verdade na frente da câmera?”, questionou um internauta.
Esse não foi o primeiro experimento da companhia. Em 2024, a Vodafone já havia lançado um comercial no qual todas as cenas foram criadas por IA. O movimento acompanha uma tendência global: influenciadores virtuais como Lil’ Miquela, que já estrelou campanhas para Calvin Klein, Prada e BMW, acumulam milhões de seguidores e contratos milionários, mesmo sem existir fisicamente.
A promessa para as empresas é clara: campanhas mais rápidas, mais baratas e com controle total sobre imagem e comportamento dos personagens. O risco, por outro lado, é perder a autenticidade e a conexão emocional com o público. No caso da Vodafone, o efeito imediato foi a atenção gerada pela estranheza — ainda que não pelo motivo planejado.