Tecnologia

Pioneiro da internet alerta para "Idade das Trevas digital"

Vint Cerf teme que gerações futuras tenham poucos ou nenhum registro do século XXI, fazendo humanidade entrar no que ele descreve de "Idade das Trevas digital"

Vint Cerf: vice-presidente do Google é considerado um dos pioneiros da internet (Alex Wong/Getty Images)

Vint Cerf: vice-presidente do Google é considerado um dos pioneiros da internet (Alex Wong/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 13 de fevereiro de 2015 às 20h00.

São Paulo - Vint Cerf, vice-presidente do Google considerado um dos pioneiros da internet, afirmou estar preocupado com a possibilidade de todas as imagens e documentos salvos nos computadores serem perdidas em algum momento da história.

O executivo, que também é evangelista chefe de tecnologia do Google, acredita que isso poderá acontecer à medida que hardware e software se tornem obsoletos.

Ele teme que as gerações futuras tenham poucos ou nenhum registro do século XXI, fazendo a humanidade entrar no que ele descreve de "Idade das Trevas digital."

Durante um encontro da Associação Americana para o Avanço da Ciência, Cerf afirmou que irá concentrar seu trabalho na solução dos problemas que ameaçam erradicar a história.

"Formatos antigos de documentos que criamos ou apresentações podem não ser compatíveis com a última versão de um software porque a compatibilidade retroativa não é sempre confiável", disse Cerf à BBC.

"O que pode acontecer com o tempo é que mesmo que acumulemos vastos arquivos de conteúdo digital, nós poderemos saber do que se trata", afirmou.

Cerf quer promover uma ideia para preservar digitalmente cada software e hardware, de forma que eles nunca se tornem obsoletos. Uma espécie de "museu na nuvem".

"A solução é tirar uma chapa em Raios-X do conteúdo, aplicação e do sistema operacional, com uma descrição da máquina na qual ele é reproduzido, e preservar isso por um longo período de tempo. Essa fotografia poderá recriar o passado no futuro", afirmou o executivo do Google.

Um conceito do que Cerf chama de "pergaminho digital" foi desenvolvido pelo pesquisador Mahadev Satyanarayanan da universidade Carnegie Mellon, nos Estados Unidos.

"Ele ainda têm algumas arestas a serem reparadas, mas o conceito principal já está funcionando", disse Vint Cerf.

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