Segundo Dan Ives, analista da Wedbush, o valor do TikTok varia consideravelmente dependendo de incluir ou não seu algoritmo. Com o algoritmo, a plataforma pode valer até US$ 200 bilhões; sem ele, a avaliação cai para cerca de US$ 40 bilhões.
A China já sinalizou que bloqueará a venda do algoritmo, tornando uma versão americana do TikTok menos competitiva e isolada globalmente. E os desafios técnicos para operar o TikTok sem seu algoritmo são enormes. Reconstruir o feed "Para Você" seria complexo, especialmente considerando que outras empresas já tentaram replicar essa tecnologia sem sucesso. Especialistas apontam que uma venda forçada pode levar à criação de uma versão exclusiva do aplicativo para os EUA, desconectada do resto do mundo, reduzindo o alcance e a atratividade global da plataforma.
A venda forçada é vista como mais um capítulo na disputa entre os EUA e a China. A ByteDance, proprietária do TikTok, resiste à venda devido à necessidade de aprovação do governo chinês, que não quer abrir mão de sua influência sobre a plataforma. Esse cenário cria incertezas legais e políticas sobre o futuro do aplicativo nos Estados Unidos.
Por outro lado, questões de segurança nacional continuam no centro das discussões. Especialistas em cibersegurança apontam que o governo dos EUA considera o TikTok uma ameaça devido ao potencial acesso do governo chinês aos dados dos usuários americanos. Mas críticos argumentam que as evidências contra o aplicativo ainda são amplamente teóricas.
O que acontece se o TikTok for banido?
Caso o TikTok tenha que encerrar suas operações nos EUA, as principais beneficiárias devem ser plataformas rivais como o Instagram Reels e o YouTube Shorts. Ambas já disputam a atenção dos usuários com funcionalidades semelhantes de vídeos curtos.
Segundo especialistas em marketing digital, o efeito dominó pode movimentar bilhões em publicidade. "Diversos diretores de marketing já indicaram que devem redirecionar seus investimentos para o Google e a Meta se o TikTok sair do ar", afirmou Kelsey Chickering, analista da Forrester.
Além disso, plataformas como Twitch — popular entre gamers, mas em expansão para outros nichos — e o aplicativo chinês Xiaohongshu (conhecido como RedNote no Ocidente) também devem ganhar tração com o vácuo deixado pelo TikTok.