Redatora
Publicado em 7 de março de 2025 às 14h10.
Última atualização em 7 de março de 2025 às 17h57.
O World Network, empreendimento de blockchain de Sam Altman, CEO da OpenAI, lançou o World Chat, um aplicativo de mensagens integrado ao World App. O serviço está disponível para quem se cadastrar, mas com foco nos usuários que registraram sua íris na plataforma ou obtiveram um World ID, identificação usada para provar que a pessoa é humana.
A novidade chega em meio à suspensão das operações do World no Brasil, após a ANPD (Agência Nacional de Proteção de Dados) negar um recurso da empresa Tools for Humanity, responsável pelo projeto. O órgão regulador determinou o fim dos incentivos financeiros para o escaneamento de íris, considerando a prática uma "interferência indevida" sobre os usuários.
O World Chat funciona dentro do World App e permite o envio de mensagens entre usuários verificados. Para garantir autenticidade, a interface do aplicativo diferencia conversas entre humanos validados (bolha azul) e contas não verificadas (bolha cinza).
Além disso, o app integra uma carteira digital, permitindo transferências de criptomoedas de forma direta, sem precisar acessar outra plataforma. "Acreditamos que, para algumas ações, como enviar dinheiro, isso é muito mais natural e divertido do que ir até uma carteira e enviar uma transação", afirmou Tiago Sada, chefe da Tools for Humanity, que desenvolve o app, ao site CoinDesk.
O World App possui 24 milhões de usuários, sendo que 11,4 milhões já verificaram sua identidade biométrica. A plataforma também oferece acesso a 100 mini apps, registrando mais de 250 milhões de interações apenas nos primeiros dois meses de 2025.
Lançado em 2023, o World enfrenta desafios regulatórios em diversos países. No Brasil, a ANPD destacou que a coleta de dados biométricos sem garantias claras representa um risco significativo, especialmente porque a íris é uma característica imutável e sensível. Portugal, Espanha, França, Coreia do Sul e Argentina também já questionaram o modelo do projeto.
Apesar das restrições, a Tools for Humanity defende que o sistema oferece benefícios de segurança digital e que continuará buscando adequação regulatória nos mercados onde atua.