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Sony considera aumentar o preço do PlayStation 5 para cobrir tarifas de Trump

Companhia avalia a possibilidade de transferir parte de sua produção para os Estados Unidos

Mateus Omena
Mateus Omena

Repórter

Publicado em 14 de maio de 2025 às 11h55.

Última atualização em 14 de maio de 2025 às 13h20.

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A Sony pode aumentar o preço do PlayStation para mitigar os efeitos das tarifas impostas pelo governo de Donald Trump.

Nesta quarta-feira, 14, a empresa divulgou suas previsões financeiras para o próximo ano e alertou que enfrentará um impacto significativo no valor de 100 bilhões de ienes (aproximadamente US$ 680 milhões) por conta da guerra comercial.

Durante a teleconferência com investidores sobre os resultados da companhia, o CFO da Sony, Lin Tao, confirmou que a empresa considera repassar o custo das tarifas aos consumidores, a fim de proteger seus resultados financeiros.

Como isso afeta os preços do PS5?

Por outro lado, Tao não mencionou especificamente o Playstation 5 (PS5), sugerindo que a Sony poderia tentar manter os preços do console estáveis, ajustando os valores em outras áreas de sua linha de produtos eletrônicos.

Neste ano, a Sony já implementou aumentos de preço do PS5, mas apenas em mercados como Reino Unido, Europa, Austrália e Nova Zelândia.

Em relação à possível mudança de produção, o CEO Hiroki Totoki discutiu a viabilidade de fabricar o PS5 nos Estados Unidos, a fim de mitigar o impacto das tarifas impostas por Donald Trump. Totoki indicou que a produção local do console poderia ser uma "estratégia eficiente" que "precisa ser considerada" no futuro.

No último ano fiscal, encerrado em março, a Sony enviou 18,5 milhões de unidades do PS5, uma queda em comparação aos 20,8 milhões do período anterior, o que elevou o total de remessas para 77,7 milhões de consoles.

A maior parte da produção do PS5 ainda ocorre na China, o que coloca seu segmento de jogos em uma situação delicada. Mesmo com a redução das tarifas e a pausa de 90 dias anunciada recentemente, a taxa de 30% sobre as importações da China para os EUA continua sendo significativamente mais alta do que a de outros países, e os consoles de jogos não foram incluídos nas isenções aplicáveis a outros dispositivos eletrônicos.

A Microsoft, por sua vez, já aumentou o preço de seus consoles Xbox em até US$ 100, enquanto a Nintendo optou por manter o preço do Switch 2 inalterado antes de seu lançamento no próximo mês.

A Sony poderá fornecer mais detalhes sobre suas estratégias de precificação na próxima quinta-feira, quando anunciará o lançamento dos fones de ouvido WH-1000XM6, que substituirão os modelos XM5, com preço sugerido de US$ 399.

Receita em queda

A Sony registrou queda de 24% na receita do quarto trimestre fiscal, ficando abaixo das projeções de mercado. Apesar do recuo, a empresa superou as expectativas de lucro, com ganhos por ação de US$ 0,22 — acima do US$ 0,17 estimado por analistas.

As ações da companhia subiram 5% no pré-mercado após o anúncio, impulsionadas também por um plano de recompra de ações de até US$ 1,71 bilhão, equivalente a 250 bilhões de ienes. A medida visa fortalecer o valor ao acionista em meio a um cenário de pressão sobre margens.

No entanto, a empresa alertou para riscos no novo ano fiscal, iniciado em abril. A expectativa é de que tarifas impostas a produtos da companhia possam reduzir o lucro operacional em até US$ 684 milhões (100 bilhões de ienes) ao longo de 2025.

A divisão de games, que inclui o PlayStation, teve queda de 4% nas vendas e retração de 12,5% no lucro operacional no trimestre. Ainda assim, no acumulado do ano fiscal, o segmento cresceu 10% em receita e 43% em lucro operacional.

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