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'Uber da polícia': app permite que milionários contratem policiais de folga para segurança privada

Aplicativo de startup permite que a elite de Los Angeles, nos EUA, contrate policiais de folga para segurança privada

Patrol: aplicativo permite acionar um policial de folga para realizar segurança particular. (Protector/X/Reprodução)

Patrol: aplicativo permite acionar um policial de folga para realizar segurança particular. (Protector/X/Reprodução)

Estela Marconi
Estela Marconi

Freelancer

Publicado em 22 de julho de 2025 às 09h25.

Uma startup nos Estados Unidos lançou um aplicativo que permite que moradores ricos de Los Angeles contratem policiais de folga para fazer a segurança de suas casas. Batizado de ‘Patrol’, o serviço já está disponível em bairros como Beverly Hills, Bel Air, Brentwood, Holmby Hills e Malibu — regiões conhecidas pela alta renda dos moradores.

A proposta é simples: no app, usuários podem alugar policiais fora do expediente para vigiar imóveis ou acompanhar atividades do dia a dia. Segundo a empresa, os profissionais disponíveis são "veteranos das forças policiais, militares e unidades especiais", todos previamente avaliados.

Uma reportagem do Futurism revelou que o Patrol é uma extensão do ‘Protector’, outro aplicativo da mesma companhia que oferece guarda-costas armados sob demanda. Enquanto o primeiro foca na proteção de propriedades, o segundo é voltado para segurança pessoal. Ambos operam em um modelo parecido com o da Uber — com solicitação por aplicativo, contratação por hora e geolocalização para proximidade.

"Proteção não é só reagir ao perigo. É criar tranquilidade para as famílias poderem viver", disse Nick Sarath, CEO da startup. Um vídeo promocional divulgado pela empresa reforça a ideia de vigilância. "Você pode não estar em casa, mas com o Patrol, sempre haverá alguém lá”, escreveu a empresa no X (antigo Twitter).

Aplicativo reacendeu debate sobre segurança pública e elitismo  

A recepção, no entanto, tem sido dividida. Para alguns usuários nas redes sociais, o app é uma resposta elitista à crise de segurança urbana. "Parece que há um problema sistêmico que vocês se recusam a resolver e preferem permitir que os ricos protejam seus bens, enquanto o resto tem que conviver com o crime", escreveu um dos críticos.

Jornalistas como Ashoka Jegroo, do site Common Dreams, também questionaram a proposta. "O trabalho da polícia sempre foi proteger os ricos e seus bens. Esse app só torna essa relação mais óbvia e direta", refletiu.

Uma investigação do site HuffPost revelou que vários dos policiais associados ao serviço já foram investigados por má conduta, inclusive por uso excessivo da força. Alguns deles enfrentam processos civis em andamento. Para os críticos, isso expõe os riscos de transformar agentes públicos em prestadores de segurança privada.

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