Agência
Publicado em 28 de maio de 2025 às 15h24.
O Grupo Xiaomi divulgou, em 27 de maio, o balanço financeiro do primeiro trimestre de 2025, encerrado em março. A receita alcançou RMB 111,3 bilhões, alta anual de 47,3%, acima da expectativa de RMB 109 bilhões.
O resultado foi impulsionado principalmente pelos segmentos de Internet das Coisas (IoT) e automotivo.
Os setores de smartphones e AIoT somaram RMB 92,7 bilhões, com crescimento de 22,8%. Dentro desse grupo, o IoT teve avanço de 58,7%, impulsionado por subsídios estatais e aumento nas vendas de eletrodomésticos, tablets e wearables.
O setor automotivo gerou RMB 18,6 bilhões, com 76 mil unidades vendidas. O preço médio ficou em RMB 239 mil. A margem bruta da divisão foi de 23,2%, acima da expectativa de 20,8%, resultado da ampliação da produção e da introdução do modelo SU7 Ultra.
A margem consolidada foi de 22,8%, frente aos 21,4% previstos anteriormente. No IoT, a margem foi de 25,2%, mas a inclusão de serviços deficitários como instalação de ar-condicionado reduziu o resultado real.
O lucro operacional alcançou RMB 10 bilhões, com margem de 9%. O lucro líquido ajustado foi de RMB 10,9 bilhões. A alta nas margens e o controle das despesas operacionais, que somaram RMB 15,4 bilhões, sustentaram o crescimento.
Isso inclui o lançamento do chip XRING O1 e do novo modelo elétrico YU7.
A Xiaomi entregou 76 mil veículos no trimestre. Já são 104,4 mil unidades nos quatro primeiros meses do ano, superando em 200% a capacidade da Fábrica Fase 1, projetada para 150 mil unidades anuais. Com a entrada da Fase 2 no segundo semestre, a meta de 350 mil veículos em 2025 tende a ser revisada para 400 mil.
O modelo SU7 Ultra, lançado em fevereiro, aumentou o tíquete médio e compartilha linha de montagem com o SU7 convencional. A Xiaomi também apresentou o novo SUV elétrico YU7, que competirá diretamente com o Model Y da Tesla, na faixa de RMB 250 mil a RMB 350 mil. A fila de espera já é de 200 mil pedidos com prazo de entrega de até dez meses.
A Xiaomi pode se consolidar como uma das líderes no setor automotivo chinês, caso mantenha sua escalada produtiva.
A receita com smartphones foi de RMB 50,6 bilhões, alta de 8,9%. O volume cresceu 3%, com 41,8 milhões de unidades vendidas. No mercado doméstico, as vendas subiram 40%, com participação recorde de 18,6%. No exterior, o desempenho foi fraco, com queda de 38% na Índia. A participação global caiu para 12,2%.
O preço médio subiu 10,5%, para RMB 1.211, mas a margem bruta caiu para 12,4% por causa da alta nos custos de componentes.
O segmento de serviços de internet gerou RMB 9,1 bilhões, crescimento de 12,8%. A publicidade representou RMB 6,6 bilhões, alta de 20%, concentrada no mercado doméstico. A receita com serviços de valor agregado ficou em RMB 2,5 bilhões, sem variação relevante.
A receita internacional ficou em RMB 38,2 bilhões, com leve crescimento de 0,9%. O peso caiu para cerca de um terço da receita total. As vendas internacionais de smartphones caíram 8,9%.
A Xiaomi segue fortalecendo sua base doméstica enquanto enfrenta desafios no mercado global de smartphones.
O desempenho do setor automotivo reforçou a decisão da Xiaomi de incluir a divisão “Automóveis e Inovação” como nova unidade contábil. O movimento sinaliza que a empresa aposta nesse segmento para superar o valor de mercado de RMB 1 trilhão.
A empresa opera hoje em dois eixos:
A continuidade do crescimento depende da manutenção dos subsídios estatais e expansão da produção para atender à demanda reprimida por veículos.