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Como carro elétrico com um único assento fez sucesso no Japão e superou rivais como a Toyota

Mateus Omena

4 de junho de 2025 às 20:21

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A KG Motors, uma startup emergente no setor automotivo, desenvolveu um modelo de carro elétrico de um único assento que mais se assemelha a um carrinho de golfe futurista do que aos tradicionais veículos elétricos modernos.

Com uma altura inferior a 1,5 metro, o modelo mibot tem autonomia de 100 km, recarga de cinco horas e velocidade máxima de 60 km/h. O preço de venda será de 1 milhão de ienes (aproximadamente R$ 39,5 mil) antes de impostos, quando a produção começar em outubro.

Esse valor é cerca de metade do custo do modelo elétrico mais vendido do Japão, o Sakura da Nissan.

Twitter/ KGモーターズ #mibot/Reprodução

Apesar de seu design compacto e distinto, a empresa já vendeu mais da metade das 3.300 unidades planejadas para entrega até 2027.

Kiyoshi Ota/Bloomberg /Getty Images

Esse número coloca a KG Motors na posição para superar veículos elétricos no Japão da gigante Toyota, que comercializou cerca de 2.000 carros desse tipo no país em 2024.

Twitter/ KGモーターズ #mibot/Reprodução

A startup desafia uma visão comum no país asiático de que carros grandes são a única opção viável para os motoristas, em um mercado onde os carros elétricos ainda representam uma pequena parcela das vendas totais.

Em entrevista à Bloomberg, Kazunari Kusunoki, fundador e CEO da KG Motors, compartilhou sua visão sobre o problema: "Os carros são simplesmente grandes demais. Ver tantos carros enormes circulando pelas ruas estreitas do Japão — foi aí que tudo começou para mim."

Twitter/ KGモーターズ #mibot/Reprodução

A introdução de veículos elétricos no mercado japonês tem sido baixa, com apenas cerca de 140 mil unidades vendidas em 2023, o que representa aproximadamente 3,5% das vendas totais de automóveis, bem abaixo da média mundial de 18%, segundo dados da Bloomberg.

A montadora chinesa BYD, por exemplo, registrou 2.223 unidades vendidas no Japão no ano de 2024, uma fração do total global de 4,3 milhões.

Enquanto isso, a Toyota, líder do setor, segue defendendo uma abordagem mais diversificada para o futuro dos transportes, na qual os veículos elétricos, híbridos e movidos a hidrogênio coexistem.