22 de abril de 2025 às 20:44
Um estudo recente da Universidade Federal Fluminense (UFF) avaliou os riscos ambientais da orla de Niterói diante do possível aumento do nível do mar até o ano de 2100.
De acordo com os pesquisadores, áreas voltadas para a Baía de Guanabara apresentam maior vulnerabilidade socioeconômica, enquanto os trechos que encaram o Oceano Atlântico enfrentam maior fragilidade ambiental. O artigo foi publicado em março, na revista científica suíça Coasts.
A análise foi feita a partir de uma matriz de vulnerabilidade que considerou nove áreas da cidade. Quatro fatores principais foram usados para definir os níveis de risco: intensidade das ondas, presença de ecossistemas protegidos, densidade populacional e renda per capita.
A Região Oceânica se destacou por sua vulnerabilidade natural, com exposição intensa às ondas e presença de ecossistemas delicados, como manguezais e restingas. Já bairros como o Barreto e parte do Centro, com população densa e baixa renda.
O levantamento ainda alerta que a elevação do nível do mar pode intensificar problemas já existentes, como a erosão da costa, perda de infraestrutura urbana e maior exposição a enchentes em áreas habitadas por populações vulneráveis.
Mesmo em um cenário mais conservador — com elevação de 0,5 metro até 2100 — eventos extremos, como marés altas e ressacas, podem elevar o nível das águas em até 1,80 metro, afetando diretamente mais de 9 mil pessoas na Região Oceânica.
Além disso, cerca de 2 milhões de metros quadrados de áreas vegetadas podem ser comprometidos.