7 de abril de 2025 às 18:28
Apesar de as tarifas recíprocas anunciadas pelo presidente americano Donald Trump nesta quarta-feira, 2, deixarem de fora o alumínio, a Associação Brasileira do Alumínio (Abal) voltou a manifestar preocupação agora com efeitos indiretos sobre a cadeia de reciclagem do metal
Desde o dia 12 de março, os produtos de alumínio já enfrentam uma taxação de 25% e, já na ocasião, a Abal alertou para o risco de efeitos sobre as exportações brasileiras de alumínio para os Estados Unidos
Em nota divulgada logo após o anúncio das tarifas, a associação disse que ainda é cedo para dimensionar o impacto da aplicação e chamou atenção para o fato de o "tarifaço" de Trump não incidir sobre a sucata de alumínio
Para a entidade, isso levanta a hipótese de que os EUA possam estar utilizando essa estratégia para garantir o abastecimento de matéria-prima barata para sua indústria, enquanto aplicam tarifas elevadas sobre produtos processados, como chapas e folhas de alumínio
A preocupação indica que se o país perder grandes volumes de sucata para exportação, pode haver um desabastecimento interno, encarecendo o alumínio reciclado e tornando a indústria mais vulnerável a flutuações externas
Em nota, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) disse ter recebido com "preocupação e cautela" o anúncio do tarifaço. A entidade reforçou a necessidade de diálogo com o governo americano
Flávio Roscoe, presidente da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (FIEMG), também avaliou que o tarifaço de Trump não é positivo para o Brasil, mas precisa ser analisado com mais profundidade
"O impacto dependerá de como nossos concorrentes diretos foram tarifados. Se enfrentarem taxas ainda mais altas, pode haver uma vantagem competitiva para o Brasil, já que o custo adicional será repassado ao consumidor americano", afirma