ESG

Águas cristalinas de Bonito (MS) ficam turvas após explosão de desmatamento na região

Agência o Globo

27 de maio de 2025 às 10:07

Divulgação/Fundação Neotrópica/

O avanço do plantio de soja está suprimindo o verde em Bonito (MS), um dos principais destinos do turismo ecológico do país.

Entre 1985 e 2023, a área devastada foi de 90 mil hectares, o equivalente a 126 mil campos de futebol.

/AFP

A maior destruição teria ocorrido de 2019 a 2023: 5.600 hectares, uma média de 1.400 hectares por ano. Os dados, divulgados este ano, ainda apontam que florestas se transformaram em pastagens, segundo entidades.

Hudson Garcia/Divulgação

Em 1985, aponta o documento, a área com plantio de soja na bacia hidrográfica do Rio Miranda, que corresponde a 94% do território de Bonito, era de 0,4%, ou 16 mil hectares. Em 2005, saltou para 2,3%, 80 mil hectares. Na última análise, em 2023, chegou a 7%, ou 300 mil hectares.

A área de floresta, que era de 39%, agora é de 26%, redução de 562 mil hectares. O risco de degradação ambiental e de perda da biodiversidade compromete ainda o ecoturismo, que representa 60% do PIB de Bonito, segundo o IBGE.

Leandro Fonseca/Exame

A abertura ilegal de 46 quilômetros de drenos às margens do Rio da Prata já resultou em multas de R$ 16,8 milhões aplicadas pelo Ministério Público depois que o curso d'água ficou cheio de lama, em 2018.

O biólogo Guilherme Dalponti aponta que o Rio Mimoso era cristalino, mas que passaram a ficar turvos. "O fundo dos rios era rochoso e ficou arenoso. O Rio da Prata passou mais de um mês com um grande trecho seco. Tudo é reflexo do desmatamento e das drenagens", conta.

Veja o antes e depois em Bonito (MS):