8 de abril de 2025 às 10:35
Menos de três anos após a tragédia de 2022 que deixou mais de 100 mortos, Petrópolis, na Região Serrana do Rio de Janeiro, enfrenta nova situação de calamidade. No último sábado, 5, após fortes chuvas atingirem o município, a prefeitura local declarou estado de emergência.
A chuva excepcional provocou deslizamentos, alagamentos, queda de árvores e postes, além de deixar mais de 3,3 mil pessoas sem luz em algumas regiões.
Segundo dados dos pluviômetros do Cemaden Nacional, em apenas 24 horas, o município registrou mais de 300 mm de chuva na localidade de São Sebastião, um dos distritos mais afetados. Este volume representa 50% mais do que o esperado para todo o mês.
Na manhã da segunda-feira, 7, o governo federal reconheceu oficialmente a situação de emergência, permitindo que o município possa solicitar recursos para ações de defesa civil, como compra de cestas básicas, água mineral, kits de limpeza e atendimento emergencial.
Nos últimos anos, diversas localidades brasileiras têm sofrido com desastres relacionados a chuvas intensas e outros eventos extremos mais frequentes e intensos.
Apenas cinco dias antes das novas inundações na região, o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) havia anunciado o programa Cidades Modelo Verdes Resilientes, que prevê a estruturação de 100 projetos voltados para a mitigação e adaptação.
Petrópolis está entre as 50 cidades selecionadas para a fase inicial do programa. Durante o lançamento da iniciativa, o governo destacou que cada município contará com suporte técnico para desenvolver duas ações climáticas de grande impacto.
Natalie Unterstell, presidente do Instituto Talanoa, trouxe o mesmo alerta em outubro de 2025 frente às chuvas históricas no Rio Grande do Sul: "Adaptação é a primeira linha de defesa".
"No Brasil, o desafio se intensifica com o histórico de baixos investimentos em infraestrutura resiliente. Faltou maior envolvimento de governos e iniciativas privadas", concluiu Natalie.
De acordo com a Comissão Global sobre Adaptação, cada US$ 1,8 trilhão investido em adaptação entre 2020 e 2030 poderia resultar em benefícios equivalentes a US$ 7,1 trilhões.