ESG

Mahryan Sampaio: "COP30 deve priorizar financiamento justo e combate à desigualdade"

Sofia Schuck

9 de abril de 2025 às 09:54

Leandro Fonseca/Exame

"A desigualdade está presente em todo Brasil, mas quando olhamos para a Amazônia – região tão rica em inovação e tradição – e analisamos o campo das políticas públicas, encontramos um verdadeiro caos", disse à EXAME Mahryan Sampaio, presidente do FunBEA.

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O fundo é o primeiro da América Latina a mobilizar recursos na área e funciona como uma ponte para garantir que cheguem nas comunidades mais vulneráveis. Em 2024, foram R$ 4 milhões destinados para diferentes territórios brasileiros, e neste ano de COP30, deve expandir.

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Mulher negra e carioca, Mahryan conta que sua grande paixão é pela transformação e atua desde muito cedo em iniciativas voltadas à promoção de direitos humanos das minorias sociais.

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Delegada brasileira nas últimas quatro Conferências de Mudanças Climáticas da ONU (COP26 em Glasgow, COP27 em Sharm El-Sheikh, COP28 em Dubai e COP29 em Baku), a ativista traz a luta do racismo ambiental pela lente do Sul Global.

Leandro Fonseca/Exame

Enquanto o país se prepara para receber a grande Conferência do Clima da ONU em Belém do Pará, as mazelas regionais, a carência de acesso ao financiamento climático e a falta de infraestrutura emergem como preocupações centrais.

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A Amazônia é peça-chave para o equilíbrio climático e manutenção dos ecossistemas -- e ao mesmo tempo é o bioma de maior vulnerabilidade social. A população carece de direitos básicos como moradia, educação, saúde e saneamento.

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No FunBEA, Mahryan é presidente do conselho deliberativo e tem como papel aprovar as ações e projetos da organização, divididos em quatro programas: água, clima, biodiversidade e saúde ambiental.

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Mahryan também é cofundadora do Instituto Perifa Sustentável com a Amanda Costa, com o objetivo de mobilizar juventudes periféricas para a construção de uma agenda climática justa e inclusiva.

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Para avançar na agenda neste ano de COP30, Mahryan acredita no financiamento justo e na promoção da justiça climática. Este conceito entende que as mudanças climáticas impactam as populações mais vulneráveis de forma desproporcional.

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"Acreditamos em financiar a transição energética de forma equitativa, para pagarmos a conta da adaptação climática em todos os territórios, especialmente para aquelas pessoas que mais sofrem com os impactos de eventos extremos", disse Mahryan.

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Mahryan reforça que a COP30 acontece dez anos depois do histórico Acordo de Paris, o que aumenta a pressão para que haja implementação real dos compromissos. Como uma continuação da COP29, em Baku, no Azerbaijão, ela acredita que é preciso avançar no financiamento climático.

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"A COP na Amazônia tem um peso simbólico, não só para o Brasil, mas para o mundo. Precisamos ter a predominância e a ocupação desse espaço por vozes que são muito estratégicas", destacou.

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