2 de abril de 2025 às 10:56
O Brasil se consolidou como o sétimo maior destino global de investimentos em transição energética em 2024, com US$ 37 bilhões (R$ 192,4 bilhões) captados – um crescimento pelo terceiro ano consecutivo e que mostra seu potencial em soluções verdes, impulsionado por energia solar.
Por outro lado, há um paradoxo: o valor ainda representa apenas 1,8% dos US$ 2 trilhões (R$ 10,4 trilhões) investidos no mundo e ainda é bastante aquém frente a sua liderança em recursos naturais e energias renováveis.
É o que revela o novo relatório anual Brazil Transition Factbook 2025 da Bloomberg NEF e que também destaca um cenário em que o país precisa investir US$ 6 trilhões para zerar as emissões até 2050.
Líder em matriz renovável no G20 (88%), 53% das emissões brasileiras ainda vêm do transporte e o motor para a descarbonização está na eletrificação. Este setor cresceu 126% no ano passado, com vendas de EVs atingindo 6% do mercado automotivo.
Segundo prevê a Bloomberg NEF, as finanças sustentáveis devem aumentar ainda mais neste ano, com a introdução de uma nova taxonomia, relatórios de riscos climáticos e amadurecimento do mercado de carbono regulado.
Mas os desafios persistem: riscos cambiais, entraves regulatórios e a necessidade de instrumentos financeiros inovadores ainda limitam o pleno potencial do Brasil, defenderam especialistas durante o Fórum da Bloomberg NEF realizado nesta terça-feira, 1° de abril, em São Paulo.
Para destravar investimentos, os especialistas concordaram que a prioridade é termos regras claras — tanto na taxonomia sustentável quanto no mercado de carbono. Da mesma forma, a criação de instrumentos financeiros inovadores e seguros climáticos mais acessíveis foram apontadas.
"O mercado já entendeu que clima é oportunidade. Agora, precisamos provar que o Brasil é onde essa conta fecha", destacou Joaquim Levy, ex-ministro da Fazenda do Brasil.