17 de abril de 2025 às 11:05
A Heineken reportou hoje queda de ‘um dígito médio’ em volumes e também em receita no Brasil no primeiro trimestre, revertendo uma trajetória de crescimento justamente quanto está aumentando a aposta no país, com nova fábrica de Patos de Minas prestes a entrar em operação.
Mas essa não é necessariamente uma boa notícia para Ambev, apontam analistas. “Mesmo que a Ambev tenha superado a concorrência, não devemos nos empolgar demais”, escreve a equipe do BTG (do mesmo grupo de controle da Exame)
Verificações de canais feitas pelo time do banco mostram que houve algum desalinhamento significativo entre os volumes de sell-in (venda a comerciantes) e sell-out (venda ao consumidor final), e que a Heineken pode estar indo melhor do que os volumes de sell-in indicam.
Já o time do Itaú BBA observa que a queda de volumes da Heineken não deve se limitar ao grupo holandês e deve se estender a toda a indústria, indicando um momento mais complexo para o mercado cervejeiro como um todo.
O principal ponto de atenção está na queda da receita. “Talvez a principal conclusão seja que a indústria está atravessando um período promocional. A Heineken e a Ambev parecem estar interrompendo quaisquer ganhos significativos de preços”, diz o BTG
A preocupação dos analistas dos dois bancos é que indicação é de nova pressão nas margens e menor lucratividade à frente. A indústria mostra sinais mais evidentes de saturação e maturidade, justamente quando as fabricantes parecem mais focada em entregar volumes mais altos.
“O portfólio diversificado de marcas da empresa parece bem posicionado para competir com a Heineken e a Petrópolis, mas isso sozinho não justifica uma visão otimista da empresa neste momento”, escreve o time do BBA.