19 de maio de 2025 às 17:34
Wendy McMahon, CEO da CBS News, anunciou na segunda-feira, 19, sua saída do cargo, marcando mais um capítulo na crescente disputa entre a divisão de notícias da empresa e a acionista controladora da Paramount, Shari Redstone.
O co-CEO da Paramount, George Cheeks, solicitou a demissão de Wendy durante uma reunião neste sábado, 17. Ela aceitou o pedido, e o conselho da Paramount se reuniu no domingo para ser informado sobre a decisão.
Nas últimas semanas, o conselho da Paramount Global intensificou a cobrança sobre George Cheeks e Wendy McMahon para receber detalhes específicos da programação do programa 60 Minutes antes da exibição — uma prática diferente do funcionamento histórico do programa.
Bill Owens, o produtor executivo do 60 Minutes, renunciou no mês passado, mencionando interferência da empresa e preocupações sobre a independência jornalística do programa.
Após a saída de Owens, o jornalista Scott Pelley, apresentador do 60 Minutes, comentou ao vivo no encerramento de um episódio.
“Nossa controladora, a Paramount, está tentando concluir uma fusão. O governo Trump precisa aprovar. A Paramount começou a supervisionar nosso conteúdo de novas maneiras. Nenhuma de nossas matérias foi bloqueada, mas Bill sentiu que havia perdido a independência que o jornalismo
O último episódio da temporada do 60 Minutes foi exibido no domingo e só retornará ao ar com episódios ao vivo em setembro.
Fontes próximas revelaram à CNBC que McMahon precisou enfrentar resistência interna nas últimas semanas para garantir a exibição do programa, diante da preferência do conselho para que certas reportagens não fossem veiculadas.
A Bloomberg News informou que Shari Redstone, presidente da Paramount, também solicitou a revisão das reportagens do 60 Minutes, embora nenhuma tenha sido cancelada.
Além disso, tensões também surgiram entre Wendy McMahon e Shari Redstone nos últimos meses, envolvendo a cobertura da CBS sobre o conflito entre Israel e Hamas.
Os atritos aumentaram com o possível acordo do 60 Minutes com o governo Trump sobre a edição de uma entrevista realizada em outubro com Kamala Harris, na época candidata presidencial e ex-vice-presidente dos EUA.
A insatisfação de Redstone abrange ainda a liderança de McMahon e o desempenho comercial da CBS News.