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Feito em casa: na Riachuelo, produção própria chega a 40% em meio a aumento de concorrência

Raquel Brandão

26 de abril de 2025 às 16:05

Leandro Fonseca/Exame

É uma vastidão de máquinas de costura a perder de vista. Estamos na maior fábrica de roupas da América Latina, onde diariamente 9.000 pessoas se revezam num ritmo intenso e coordenado de produção. Os únicos realmente inertes são os manequins que vestem as roupas que cada célula.

Leandro Fonseca/Exame

Quando a EXAME chegou à fábrica da Guararapes, dona da Riachuelo, no começo de uma tarde de novembro, os looks de Carnaval dominavam a produção. A visita terminou no começo da noite, depois de percorrer os 40.000 metros quadrados — algo como quatro campos de futebol.

Leandro Fonseca/Exame

Todo mês produz 4 milhões de peças. É de lá que saem, hoje, 40% das roupas vendidas na Riachuelo, um percentual que cresceu trimestre a trimestre. Os outros 60% vêm de fornecedores nacionais e internacionais, sobretudo produtos de inverno e linhas como a marca Carter’s.

A fábrica da Guararapes é chave num crescimento consistente da companhia — e um diferencial em relação a seus principais concorrentes. Grandes varejistas como Lojas Renner, Marisa e C&A mantêm há décadas suas coleções terceirizadas.

Leandro Fonseca/Exame

Apenas a Guararapes manteve produção própria, uma decisão que trouxe enormes levas de questionamentos ao longo dos últimos 20 anos. A concorrência asiática, como todos sabem, é cruel: produz e vende peças por custos muito menores do que os brasileiros.

Leandro Fonseca/Exame

Mas a pandemia de covid-19 e a recente guerra comercial intensificaram um rearranjo global nas cadeias de produção. Estar mais próximo dos consumidores e reagir rapidamente às mudanças de mercado virou um diferencial competitivo. E a Guararapes tem tirado proveito.

Leandro Fonseca/Exame

E, para tirar o melhor proveito do novo cenário, a empresa reorganizou a estrutura e ganhou escala. No início de 2023, fechou a fábrica de jeans que mantinha em Fortaleza, no Ceará, e centralizou a produção no Rio Grande do Norte.

Todos os processos são feitos na fábrica, desde a lavagem e coloração das malhas até a estamparia e o corte.

Leandro Fonseca/Exame

Essa centralização e o uso de novas tecnologias, como laser na linha jeans, ajudam o grupo a reduzir perdas, como explica o diretor industrial, Jairo Amorim.

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