30 de maio de 2025 às 16:58
Se o gringo está otimista com o Ibovespa, com o fluxo estrangeiro puxando o índice para recordes nominais, o local está reforçando a cautela.
Uma pesquisa de sentimento feita pelo BTG Pactual (do mesmo grupo de controle da Exame) com o buy side mostra que os gestores ainda veem espaço para valorização da bolsa: 43% dos consultados projetam uma faixa entre 140 mil e 150 mil pontos. Em abril, esse número era de 36%.
Mas, mesmo visualizando um espaço para subir, “alguns estão ficando desconfortáveis com a velocidade da recente alta”, afirma o relatório assinado por Leonardo Correa e equipe.
A pesquisa mostra que 35% dos gestores já pensam em reduzir exposição – uma mudança drástica em relação aos 12% que tinham essa intenção no mês anterior.
Embora o valuation ainda seja considerado atrativo, o forte desempenho do índice no ano já começa a mudar a percepção.
Para 51% dos gestores, as eleições de 2026 continuam sendo o tema local dominante. As preocupações fiscais aparecem em segundo lugar, e aumentaram drasticamente, sendo mencionadas por 33% (ante 20%).
De acordo com o estudo, as escolhas para compra de ações mostram que há um aumento na exposição a setores cíclicos, o que indica uma rotação do portfólio em curso.
Já nas posições vendidas, commodities seguem na liderança como o setor “menos atrativo” ou “fora de moda”, com 29% dos votos (acima dos 28% anteriores), seguido por petróleo e gás e educação (ambos com 11% dos votos).
Vale lembrar que, enquanto o investidor estrangeiro lidera o rali da bolsa, o investidor brasileiro segue na mínima histórica de alocação de equities, em meio aos vultosos resgates na indústria.