Mercado Imobiliário

Selic nas alturas: ainda vale a pena financiar um imóvel?

Letícia Furlan

8 de maio de 2025 às 12:35

Marcello Casal Jr./Agência Brasil

O Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central decidiu, na noite de quarta-feira, 7, elevar a taxa Selic em 0,5 ponto percentual, atingindo o patamar de 14,75%. Com isso, a taxa de juros acumula uma série de aumentos que iniciou em setembro de 2024.

A taxa anterior, de 14,25%, já era o maior patamar do índice desde 2016. Com a elevação atual, a taxa chegou em seu maior nível desde 2006.

O ciclo de altas é motivado pelo objetivo do Banco Central de controlar a inflação, que tem se mantido acima da meta oficial, e ocorre em um cenário de economia aquecida e incertezas internacionais.

Leandro Fonseca/Exame

Mas, além da inflação, a Selic tem um impacto importante em outras taxas de juros no mercado, o que inclui as de financiamento imobiliário.

Com juros mais altos, a capacidade de pagamento do consumidor diminui, o que reduz o número de novos financiamentos e desaquece o mercado.

Phil Ashley/Thinkstock

Além disso, a elevação da Selic tende a tornar aplicações de renda fixa mais atrativas do que a poupança e o investimento em imóveis, levando parte dos investidores a realocar seus recursos.

Outro impacto importante está no funding do sistema imobiliário, afirma Peixoto Accyoli, CEO da rede de franquias RE/MAX Brasil.

Segundo o especialista, no fim das contas, o principal impacto indireto da Selic alta para quem já tem um financiamento é a pressão sobre o orçamento familiar.

Com a elevação geral do custo do crédito e possíveis efeitos sobre a inflação de serviços, aumenta o risco de inadimplência — sobretudo em famílias mais expostas ao endividamento.

"Nesses casos, vale a pena acompanhar o mercado e avaliar, se for possível, a portabilidade do financiamento para uma instituição com melhores condições", aconselha.

Para quem está planejando financiar um imóvel, a alta da Selic impacta diretamente o custo total do crédito.

As taxas oferecidas pelos bancos tendem a subir, reduzindo o valor do imóvel que o comprador consegue financiar ou tornando as parcelas mensais menos acessíveis. Isso pode adiar decisões de compra, especialmente entre famílias da classe média.

Mas, embora a Selic influencie as taxas, ela não é o único determinante.

O custo do funding, especialmente da poupança, e a concorrência entre bancos também impactam as condições oferecidas.

Por isso o financiamento pode continuar sendo uma boa alternativa, principalmente para quem quer comprar o primeiro imóvel.

Leia a matéria completa