22 de abril de 2025 às 14:24
Com a morte do papa Francisco, inicia-se o ritual que marca o encerramento oficial de seu pontificado: a destruição do Anel do Pescador
A peça foi quebrada na segunda-feira, 21, em uma cerimônia fechada conduzida pelo camerlengo, autoridade responsável pelo governo provisório da Igreja Católica durante a sede vacante
A relíquia que será destruída, porém, não é o anel prateado que Francisco usava no dia a dia. Trata-se do anel de ouro recebido no momento da eleição, que tradicionalmente traz o nome do pontífice — Franciscus — e a imagem de São Pedro, o apóstolo considerado o primeiro papa
O gesto de quebrar o anel representa o fim do mandato papal, mas tem também um objetivo prático: evitar que a peça seja usada para forjar documentos ou selos enquanto não há um novo papa eleito
Durante séculos, o anel era usado para autenticar cartas e decretos. A prática foi abandonada no século XIX, mas o simbolismo permanece. Na Idade Média, fiéis costumavam beijar o anel em sinal de respeito à autoridade apostólica, gesto que caiu em desuso
Francisco optou por um anel de prata com uma cruz estilizada, diferente dos anteriores. Ainda assim, o anel cerimonial entregue no início do papado foi confeccionado em ouro, conforme a tradição
Em 2013, com a renúncia de Bento XVI, o rito foi adaptado. Como o papa emérito ainda estava vivo, seu anel não foi destruído. Em vez disso, o camerlengo marcou uma cruz sobre a peça com o uso de uma talhadeira, procedimento conhecido como rigatura.
A destruição do Anel do Pescador ocorre diante do Colégio de Cardeais e marca a passagem para uma nova fase: o período de preparação para o conclave, que elegerá o sucessor de Francisco.